A Polícia Civil ouviu dois filhos do primeiro casamento do pedreiro Angelo da Guarda Borges, de 58 anos, acusado de manter a mulher e quatro filhos em cárcere privado no Jardim Aero Rancho, em Campo Grande. Rosa Borges, de 36 anos e Cláudio Borges de 34, informaram à delegada responsável pelo caso, Rosely Molina, que o pai fazia as mesmas agressões com a primeira família e as justificativas também eram as mesmas. " Os dois confirmaram que ele não os deixavam sair de casa para não se tornarem bandidos. A mesma coisa que ele alegou quando foi questionado sobre a situação dos quatro filhos", relatou Molina.
A delegada conversou com Cláudio por telefone e enviará para Goiânia, cidade onde ele mora, uma carta precatória para poder ter uma oitiva com ele. Já Rosa Borges ficou sabendo da prisão do pai pela televisão e então resolveu vir ao Estado para falar do que vivienciou enquanto morou com o pai.
A filha do pedreiro hoje reside no Paraná e declarou à delegada que o pai abusou sexualmente dela até seus 15 anos. Os depoimentos dos filhos de Angelo ajudam a polícia a dar mais consistência para as investigações. Segundo Molina um inquérito já foi instaurado e encaminhado ao Poder Judiciário.
Superação aos poucos
A segunda família de Ângelo, resgata em dezembro pela polícia, continua em um abrigo e recebe atendimento médico e psicológico.Cira da Silva de 44 anos e os quatro meninos de 15, 13, nove e cinco anos já apresentam melhor aspecto. A mãe e os filhos também contam com assistência odontológica. Além do suporte, um cartão do Sistema Único de Saúde e um cadastro no Bolsa Filha serão providenciados para atendê-los. Angelo continua preso da 4 ª Delegacia de Polícia Civil.