Só nesta semana, dois homens foram presos por tentarem matar suas companheiras. Sem contar ex-marido que confessou ter assassinado a ex-esposa com tiros na cabeça e o jovem que teve a prisão decretada sob a acusação de ter espancado violentamente a namorada.
Os casos de ameaça, violência física e psicológica contra mulheres não param de chegar para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Capital. De acordo com a delegada titular, Rosely Molina, nestes primeiros nove dias do ano, mais de 100 boletins de ocorrência foram registrados.
No ano passado, somente a Deam registrou 5.640 casos de violência contra mulher. São, em média, 15 ocorrências por dia, isso contando só o que é notificado por esta delegacia, só em Campo Grande.
A violência contra a mulher é cultural. “O ciúmes é um dos grandes motivadores dos crimes contra as mulheres. Os homens têm sentimento de posse. Ainda existe aquela coisa do homem achar que a mulher é propriedade dele”, afirma Rosely.
Fim de ano
Os crimes cometidos contra mulheres aumentam no fim de ano e durante o período de férias. Isso porque, em geral, aumenta o consumo de bebidas alcoólicas. “O álcool é potencializador da violência”, explica a delegada.
Nesse fim de ano, duas tentativas de homicídio aconteceram contra mulheres, em Campo Grande, e os autores dos crimes foram presos nesta semana.
No dia 27 de dezembro, Adriano Casimiro da Silva, de 36 anos, tentou matar a facadas a mulher, Roseli Ventura da Conceição, 37 anos. Ele chegou a golpeá-la próximo à orelha, mas a lâmina da faca despredeu-se do cabo e o ferimento não foi grave.
O caso foi denunciado à Deam e Silva preso na terça-feira, dia 7. O marido afirma que discutiu com a mulher por conta de um som alto e que ela o teria chamado de corno, por isso, ele a agrediu.
Também foi preso anteontem, Hudson Paulo Ferreira Machado, 21 anos. Ele tentou enforcar a mulher Mirielle de Barros Belina, 26, depois de uma discussão. Machado defende-se dizendo que a esposa partiu para a agressão física e que ele não tentou sufocá-la, mas tampou a boca dela com a mão.
“Geralmente as mulheres que são assassinadas pelos companheiros já sofreram violências anteriores, mas nunca comunicaram a polícia. É por isso que a gente sempre fala que as famílias e essas mulheres tem de denunciar, para dar tempo do Estado agir e evitar uma tragédia maior”, conclui Rosely Molina.
Outros casos
Nesta semana, dois casos chocaram. Com três tiros, Julio Cesar Martins Ferreira, de 38 anos, matou a ex-mulher Dayane Silvestre Uliana, de 26 anos, quando ela estava parada no semáforo da Avenida Manoel da Costa Lima, em Campo Grande. O crime aconteceu por volta das 18h30min de sábado, dia 4.
Ferreira se apresentou hoje à polícia, confessou o crime e disse que amava muito a mulher. A família dela afirma que ele era possessivo e violento.
Também nesta semana, ganhou as páginas dos jornais, sites e redes sociais, crime que teria acontecido na noite de Ano Novo. Matheus Tannous, 19 anos, é suspeito de espancar a namorada Giovanna Nantes Tresse de Oliveira, 19 anos.
Ele diz que a moça caiu durante o banho, mas a família dela o acusa de ter agredido a moça. A prisão preventiva do rapaz foi decretada nessa quarta-feira (8). Até o fechamento da matéria, ele era considerado foragido da Justiça.
