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Cotidiano Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2014, 11:35 - A | A

Quinta-feira, 16 de Janeiro de 2014, 11h:35 - A | A

Casas fechadas durante férias podem ser criadouros do mosquito da dengue

Anahi Zurutuza - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Piscinas sem tratamento por longos períodos, lajes e calhas sem limpeza, ralos destampados, vasos sanitários e recipientes esquecidos no quintal são os locais preferidos para os mosquitos transmissores da dengue colocarem seus ovos. Não só os imóveis abandonados, mas as casas que ficam fechadas quando as famílias saem de férias preocupam as autoridades em Saúde Pública.

Em Campo Grande, a infestação de mosquito da dengue, medida neste início de ano pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), está duas vezes acima do tolerado pelo Ministério da Saúde, que é de 1%. Na Capital, conforme o primeiro Levantamento de Índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa) do ano, a taxa de infestação foi de 2,1%.

No Mato Grosso do Sul, quatro municípios estão em situação de risco, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), por conta dos índices de infestação.

O agravante é que maior parte dos focos são encontrados no interior das residências e não em terrenos abandonados, como se imagina. Segundo o coordenador estadual de combate à dengue, Gilmar Cipriano Ribeiro, é por isso que as casas fechadas nas férias preocupam. “Os agentes não conseguem entrar para vistoriar e, à vezes, as famílias viajam o mês todo, deixando a casa sem manutenção. Isso pode ser um risco muito grande para um bairro inteiro”, explica.

Cuidados

O ideal, segundo Ribeiro, é deixar as chaves da casa com um vizinho ou com outra pessoa de confiança para que a limpeza do quintal ou da piscina continue sendo feita.

“No caso das piscinas é possível pedir para a pessoa que faz a limpeza aumente a quantidade de cloro, para que a próxima manutenção seja feita quando a pessoa voltar”, explica Alcides Ferreira, chefe do Serviço de Controle de Vetores do CCZ, da Capital.

Outra dica é solicitar uma vistoria de um agente de saúde antes das férias. Ele pode olhar os locais que são potenciais criadouros das larvas do mosquito e pensar em soluções. “Mas, o proprietário da casa pode tomar providências como tampar os ralos, não deixar vasilhas, pneus e garrafas no quintal, que com as chuvas acumulam água”, continua Ferreira.

Verificar se os vasos sanitários estão tampados, se as calhas e lajes estão limpas e colocar areia nos suportes dos vasos de plantas também é importante.

Casos

Nestas duas primeiras semanas de 2014, 328 pessoas tiveram dengue no Estado, 195 em Campo Grande. A quantidade é bem abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando 6.967 casos foram notificados no Mato Grosso do Sul , 95% a mais, sendo 5.654 só na Capital.

Apesar da baixa quantidade de notificações, a preocupação das secretarias de saúde é com os índices de infestação. Com tantos focos espalhados pelas cidades e com do início do período de chuvas, o número de casos podem “explodir” a qualquer momento.
 

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