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Nacional Segunda-feira, 09 de Junho de 2014, 15:06 - A | A

Segunda-feira, 09 de Junho de 2014, 15h:06 - A | A

Há 3 dias do inicio da Copa, Cuiabá vive caos diante de obras inacabadas

Malu Cáceres - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A tão esperada noticia de que Cuiabá seria uma das sedes da Copa do Mundo em 2014 foi algo que mexeu com os mato-grossenses. A sensação de que o estado receberia investimentos para transporte, mobilidade urbana, melhorias no setor turístico e tantas outras ficaram, na realidade, a maioria, só no papel. Cuiabá se transformou em um canteiro de obras inacabadas, das 56 previstas foram entregues apenas 19 e agora a pressa é para “maquiar” a Capital e literalmente tampar os buracos deixados pelas tantas obras.

Trincheiras, viadutos e vias que há 3 dias do inicio da Copa estão inacabadas e intransitáveis. Sem falar no Aeroporto Marechal Rondon que não está finalizado e muito menos preparado para receber passageiros, agora tem previsão de ser entregue em agosto. O primeiro jogo em Cuiabá acontece no dia 13, sexta feira, entre Chile e Austrália. A Arena Pantanal está prontinha para receber os torcedores em quatro jogos da Copa. Mas do lado de fora o que se vê é o caos. Seu custo inicial era de R$ 395 milhões. Vieram os aditivos e o valor chegou a R$ 570 milhões, conforme divulgado pelo Governo de Mato Grosso (contabilizados a Tecnologia da Informação que custou R$ 98 milhões e os assentos que saiu por R$ 18 milhões).

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Arena Pantanal custou R$646 milhões, sendo o sétimo estádio mais caro construído para o Mundial
Foto: Divulgação/Secopa

Agora, os valores foram atualizados e a Arena Pantanal já consumiu R$ 646 milhões, números que ainda podem aumentar. Construída com recursos do Governo de Mato Grosso e empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), o estádio mato-grossense está pronto para receber as quatro partidas da Copa do Mundo. Porém, com um valor bem maior do que previsto. O projeto do VLT - Veículo Leve sobre Trilhos, obra de mobilidade urbana mais cara de da região metropolitana de Cuiabá, orçada em R$ 1,5 bilhão, prevê duas linhas com 22 km de extensão, que ligam o aeroporto ao Centro e o Centro a bairros da cidade. Quarenta trens com capacidade para transportar 400 pessoas já foram comprados. O VLT não entra em funcionamento tão cedo, menos de 50% das obras foram concluídas.

Os Centros de Treinamento para as equipes que jogarão em Cuiabá também não estão prontos. Fato esse que indignou a FIFA , levando ao veto do CT Barra do Pari, ficando assim disponível apenas o CT da Universidade Federal de Mato Grosso. Na última quinta-feira (5), em aditivos publicados no DOE (Diário Oficial do Estado), o Governo do Mato Grosso admitiu que seis intervenções no município serão entregues apenas depois da competição. O Aeroporto Marechal Rondon, por exemplo, agora tem previsão de ser entregue em agosto. O aditivo de quinta-feira é o sexto no projeto do aparato – até esta semana, o governo ainda falava em concluir a ampliação em junho.

A construção de um viaduto em Várzea Grande e a abertura de uma avenida nas imediações da UFMT também foram postergadas. No primeiro caso, para julho. No segundo, até outubro. O governo ainda adiou a revitalização do córrego 8 de abril e da avenida com o mesmo nome. A obra já seria concluída apenas no início de julho, mas o término foi jogado para agosto. Por último, os aditivos do DOE falam sobre os COTs. Os dois devem ser concluídos apenas em agosto, o que reforça a ideia de que a UFMT será usada mesmo sem estar pronta. A projeção feita pelo governo foi reforçada na sexta-feira por um relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Mato Grosso. O levantamento apontou situação muito complicada nos COTs de Cuiabá.

Os jogos realizados em Cuiabá serão: 13 de junho, Chile e Austrália, 17 de junho, Rússia e Coreia do Sul, 21 de junho, Nigéria x Bósnia, 24 de junho, Japão e Colômbia. 

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Grama será usada para "maquiar" canteiros que iriam abrigar os trilhos do VLT
Foto: Divulgação/Secopa

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