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Opinião Quarta-feira, 13 de Agosto de 2014, 17:37 - A | A

Quarta-feira, 13 de Agosto de 2014, 17h:37 - A | A

Artigo: A morte virtual de Wilson Martins

Fernando Hassessian - (www.capitalnews.com.br)

Mais difícil do que noticiar uma morte é a “quase-morte”. Nesta quarta-feira, quando ainda estávamos atentos a quaisquer novas informações envolvendo a queda do avião de Eduardo Campos, começou a circular nas redes sociais a morte do ex-governador Wilson Martins, aos 97 anos.

 

Wilson está internado desde a manhã de ontem e, segundo boletim médico, apresentava insuficiência respiratória. O quadro era grave, mas só se falava na morte de Eduardo Campos. Recebíamos inúmeras notas de personalidades lamentando a perda.

 

Antes de parar e respirar, vem a segunda bomba do dia: “Morre o ex-governador Wilson Martins”, corria no Facebook e WhatsApp. Os rumores foram impulsionados pela publicação de uma nota de pesar no perfil de um vereador, que foi compartilhado por inúmeros seguidores. Foi então “estartado” o processo que marcou um dia atípico nas redações. Por telefone, o hospital se recusa a dar qualquer informação, diz que será emitida uma nota mais tarde, porém, “mais tarde” é muito tempo para o jornalismo, não tão perigoso quanto a pressa, claro.

 

Ligamos então para o vereador que publicou a informação e ouvimos que tal postagem tinha sido feita por sua assessoria. Pessoas ligadas ao ex-governador não souberam confirmar a informação. Jornais online “soltaram” a matéria em destaque de capa. Houve luto, tristeza e lamentos. Mais tarde a informação foi desmentida pelo hospital; a informação foi apagada do perfil do vereador.

 

Minutos depois, aos poucos, um por um dos sites começa a retirar a notícia. Alguns assumiram o erro e publicaram errata, outros, só corrigiram ou apagaram. Um jornal publicou que um órgão do Judiciário decretou luto, mesmo sem a confirmação do óbito.

 

Hora de respirar e analisar. É evidente a agilidade das redes sociais, com milhões de mãos dando notícias verdadeiras e falsas. Por outro lado, a dúvida que paira sobre as redações: o furo jornalístico ou a cautela? Não passou de um boato.

 

Neste momento, às 17h37, as informações que temos é que o ex-governador respira com ajuda de aparelhos e permanece em estado grave. Estimamos melhoras e desejamos força à família, mas por outro lado, lamentamos sua morte virtual. É verdade, foi um dia longo e atípico.  

 

(*) Fernando Hassessian é jornalista do site Capital News.
*O conteúdo deste artigo foi publicado na integra e é de responsabilidade do autor.
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