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Tecnologia Sábado, 01 de Abril de 2023, 14:47 - A | A

Sábado, 01 de Abril de 2023, 14h:47 - A | A

Coluna Tecnologia

Conheça os avanços tecnológicos na indústria de energia solar

Por Alice Bachiega

Da coluna Tecnologia
Artigo de responsabilidade do autor

Busca por materiais mais baratos e igualmente eficientes, formatos e estruturas diferentes tem democratizado o acesso à energia limpa

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Que a captação de luz solar para a geração de energia elétrica é a matriz energética do futuro, resta pouca dúvida. No entanto, é uma tecnologia que, apesar de ter um enorme potencial, ainda está engatinhando. Sua indústria está em constante evolução e, por conta disso, segue apresentando inovações tecnológicas importantes.

Como consequência importante destes avanços, estão o barateamento de custos, o que torna a utilização da energia solar por um número maior de pessoas algo muito palpável. Ganha-se em economia e em qualidade de vida: mais captação solar significa, além de menos gastos com energia gerada por outras matrizes, menos queima de combustíveis fósseis e menos uso de energias de fontes não-renováveis.

Parte significativa e importante de toda essa evolução passa pelo aprimoramento na capacidade produtiva das placas solares. Componente-chave, sua eficiência tem sido otimizada por conta da utilização de materiais cada vez melhores, além do desenvolvimento importante na estrutura celular das placas, significando mais resistência, melhores preços e mais eficiência energética.

Módulos bifaciais, por exemplo, já são utilizados em grandes usinas, até mesmo no Brasil. A tecnologia consiste em placas cuja captação é feita dos dois lados. Isso amplia muito a geração de energia em um mesmo espaço, ainda que curto. Torna-se uma opção atraente, portanto, ao consumidor que não dispõe de grandes áreas, mas que pretende utilizar energia solar.

Também a automação tem se mostrado uma grande aliada da produção energética. Conhecidas como instalações solares inteligentes, são sistemas capazes de uma monitorização precisa da produção energética, podendo, de maneira automática, orientar melhor as placas, de forma a obterem a melhor incidência de luz solar, por exemplo. A possibilidade de juntar inteligência artificial e machine learning neste processo torna-o ainda mais impressionante.

O silício, principal material usado na composição das placas e grande responsável pela escalada global do uso de energia solar, também tem recebido aprimoramentos enquanto matéria-prima. Sua variação, o silício microcristalino, permite a criação de placas finas como filme. Obtém-se assim a possibilidade de instalar painéis em superfícies irregulares. Também não demandam grandes estruturas, pois pesam muitas vezes menos que a original.

Embora majoritário, o silício também é responsável pelo encarecimento das placas. Uma alternativa tecnológica foi encontrada nos eletrodos. Conhecidos como painéis fotovoltaicos orgânicos, ou OPV, na sigla em inglês, os eletrodos orgânicos substituem o mineral na fabricação das placas e ainda são mais leves, maleáveis, duráveis e recicláveis, podendo ser instalados em praticamente qualquer superfície.

Outros materiais também mostram grande capacidade de captar luz solar. É o que descobertas recentes têm apontado: chumbo e haleto de estanho têm sugerido uma eficiência de até 37% na conversão de luz solar para energia elétrica, um número bastante animador. Junto disso, pensa-se no desenvolvimento de uma “tinta fotovoltaica” que tenha como base algum desses componentes. Assim, qualquer superfície poderia, em tese, ser capaz de se tornar um painel fotovoltaico.

O acesso a toda essa tecnologia e aos benefícios da energia solar não demanda que se tenha instalado placas fotovoltaicas próprias. É possível comprar os créditos da produção feita em fazendas solares, transformando-os em economia na conta de luz. A assinatura de energia solar propõe que se compre a energia gerada de forma limpa, e, assim, é possível usufruir de uma fonte renovável com muita eficiência e segurança.

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