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ENTREVISTA Quarta-feira, 26 de Setembro de 2012, 20:00 - A | A

Quarta-feira, 26 de Setembro de 2012, 20h:00 - A | A

Bernal fala em dialogar com os vereadores e descarta “caça às bruxas” na administração

Paulo Fernandes - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Na entrevista feita a menos de 15 dias da eleição, em um escritório de advocacia, o candidato a prefeito de Campo Grande Alcides Bernal (PP) fala sobre suas propostas para as mais diversas áreas, entre elas saúde, educação e transporte público.

Logo após aparecer na liderança na última pesquisa de intenção de votos, Bernal parece ter assumido uma postura de cautela, principalmente em relação a pontos polêmicos, mas não foge das perguntas e responde tudo com clareza.

Os assessores afirmam que ele é muito acessível, mas a correria de campanha não dá trequa. Das entrevistas com os candidatos a prefeito de Campo Grande, foi a mais difícil de ser marcada. Por problemas de agenda do progressista, a entrevista demorou semanas para ser finalmente ser realizada.

Durante a conversa de 30 minutos com o Capital News, o telefone dele toca pelo menos três vezes, mas nem isso atrapalha a concentração do candidato, que nunca perde a linha de raciocínio. Bernal é radialista, advogado, deputado estadual e ex-vereador.

O candidato afirma que, se for eleito, irá dialogar com todos os novos vereadores. Com relação a Santa Casa, ele argumenta que, se for eleito, irá estudar “a miúdo” o hospital, e em relação à área de educação, ele promete construir uma escola de tempo integral para cada região da cidade. Bernal fala ainda sobre qual será o papel do vice dele, Gilmar Olarte.

Ele contou também sobre a decisão de sair candidato a prefeito, mesmo diante da resistência de lideranças do próprio partido (PP) e da decisão do presidente do PSD, Antonio João Hugo Rodrigues, de desistir da vaga de vice na oposição para apoiar o candidato Edson Giroto (PMDB).

Capital News – Por que o senhor quer ser prefeito de Campo Grande?

Alcides Bernal – Eu quero ser prefeito para implementar políticas públicas que realmente atendam as pessoas. Campo Grande é um município lindo, a gente ama o município que a gente vive. Eu nasci em Corumbá. Eu escolhi morar em Campo Grande. Aqui eu constitui a minha família, aqui eu tenho meus filhos, aqui eu exerço a minha profissão de advogado e também a minha profissão de radialista. E o povo me deu mandato de vereador por duas vezes e me concedeu também o mandato de deputado estadual e eu vejo que como Poder Executivo é possível realizar, executar, interferir, deferir, agir, enquanto no Poder Legislativo a gente também age, também propõe, mas são leis que muitas vezes não são cumpridas, então, eu estou candidato, confesso a você que não é uma vontade pessoal, mas sim o que eu percebo claramente, há uma necessidade de mudança. Desde janeiro do ano passado eu tenho visto pesquisas de opinião sendo realizadas e nelas há uma manifestação clara de que querem nossa candidatura. Eu lembro que na primeira pesquisa que foi realizada eu até solicitei para a pessoa que contratou a pesquisa para que não incluísse meu nome e ela me disse: ‘eu posso não incluir o seu nome na estimulada, mas na espontânea eu tenho que registrar e vai ficar registrado que foi citado’. E no caso foi citado meu nome. Desde então, eu apareço em primeiro nas pesquisas para prefeito. E andando pelos bairros e vilas da nossa cidade eu tenho feito muitas reuniões, conversado com as pessoas e elas manifestam claramente que querem uma renovação, uma mudança, e enxergam essa possibilidade através da nossa pessoa. Eu não vou fugir a essa responsabilidade. Eu sei que é difícil fazer uma disputa em que a gente acaba enfrentando todos os poderes praticamente: o Executivo municipal, o Executivo estadual, o Poder Legislativo também nas duas esferas, eu sei que é complicado, mas nós temos que fazer a parte da gente.

(Toca o telefone celular. O deputado atende e explica rapidamente para a outra pessoa na linha que está concedendo uma entrevista e que irá retornar o telefonema depois)

Eu estou candidato para fazer valer a democracia, não deixar que haja um pleito de jogo combinado onde as candidaturas postas, aparentemente, já estão aí com a certeza de que o resultado vai ser o já sabido antes do jogo. E quero dizer mais: há necessidade de administração pública que priorize as pessoas e elas vão ser realizadas dentro de um cronograma para que a sua execução e a sua execução sejam para dar dignidade às pessoas.

Capital News – No dia das convenções, o senhor ainda estava em dúvida se sairia ou não...

Alcides Bernal (interrompendo) – Não, não...

Capital News – O senhor disse no rádio, eu lembro, porque eu escutei.

Alcides Bernal – Dúvida do quê?

Capital News – Se sairia candidato. O senhor imaginou que manteria essa popularidade até agora, na reta final? Que teria tanta aceitação?

Alcides Bernal – Eu percebia claramente que há uma vontade do povo de renovar. E percebo claramente nas minhas andanças que a população confia no nosso trabalho, tem coerência, tem responsabilidade. Muitas vezes a gente faz o esforço, tenta, mas não consegue implementar aquilo que gostaria, mas a população reconhece o esforço. Quando chegou no dia 30 de junho, nós tínhamos dificuldade porque estávamos enfrentando ações dos nossos adversários, que visavam esvaziar o nosso partido, inclusive algumas pessoas de dentro do próprio partido estavam agindo de maneira a fragilizar a nossa candidatura e a própria agremiação partidária e aí eu cito: Paulo Matos, usando a imprensa para dizer que nós não tínhamos possibilidade nenhuma de lançarmos candidatura, falando isso pelo partido, embora não fosse mais presidente, ele fazia questão de ir à imprensa e dizer isso, o próprio vereador Lídio Lopes por diversas vezes disse que nós não tínhamos nenhuma condição de fazer a disputa e não era da vontade dele. Então, a dúvida que existia era com relação a dificuldade que estavam criando. Então, a qualquer momento poderíamos estar enfrentando uma dificuldade maior. Por isso é que eu fui para convenção, [antes] informei aos meus ouvintes que eu dependia da convenção para poder ser candidato a prefeito pelo Partido Progressista e fui para lá, tanto que nós saímos com chapa pura, com 25 candidatos a vereador e estamos fazendo uma eleição muito bonita, diga-se de passagem, porque sem recursos e estamos superando essas dificuldades.

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No último instante, pularam o muro e caíram no colo do André [Puccinelli]”, lembra Bernal
Foto: Deurico/Capital News

Hoje somos vistos como um dos candidatos que vai para o segundo turno, se é que ele vai ter, e estamos enfrentando acusações terríveis contra a nossa candidatura. Estamos conscientes de que superamos dificuldades, com relação ao dia 30 de junho, eu lembro que tinha um grupo de partidos que estariam conosco, que tinham interesse, mas o que aconteceu? Ao invés de firmarem os acordos que estávamos conversando, eles foram do lado do adversário. Quero dizer bem claro: respeito a decisão que eles tomaram. Não concordo com elas. Acho até que eles não deveriam ter feito isso porque a população enxerga. Comete um erro crasso aquele que acha que o nosso povo é bobo. Eles enxergam a incoerência que foi de vários dirigentes partidários de fazer reuniões iniciais prometendo apoiar uma candidatura da oposição e, no último instante, pularam o muro e cairam no colo do André [Puccinelli].

Capital News – Se o senhor for eleito, qual será o papel do Gilmar Olarte? O seu vice terá secretaria?

Alcides Bernal – Ele vai cumprir um papel muito importante. O nosso vice não vai ser figura decorativa. Ele estará vindo, trabalhando, depois de vencida a eleição já começar a tratar da formação do nosso secretariado, que vai ter caráter profissional e o Gilmar Olarte é um homem muito conhecedor da nossa cidade, já foi vereador, é formado em gestão pública, é uma pessoa que vai cumprir um papel muito bom na nossa administração.

Capital News – Então, ele pode ter uma secretaria?

Alcides Bernal – [Sim] Pode ter uma secretaria ou uma função especial, além de vice-prefeito. Certamente ele vai ser muito bem aproveitado. Não vai ser um vice que fica a espera da oportunidade para ajudar.

Capital News – Geralmente os candidatos deixam para após a eleição, mas o senhor já pensou no organograma do seu secretariado? Quantas secretarias a Prefeitura vai ter?

Alcides Bernal – Olha, nós estamos pensando. Não vou dizer que nós não estamos estudando isso, mas vamos deixar esse tema para depois das eleições. Não quero apresentar uma situação antes que haja definição das eleições. Nós vamos com muita humildade, seguir fazendo nossa campanha, apresentando nossas propostas. Depois de eleita, aí a nossa chapa de prefeito e vice-prefeito nós vamos estudar a questão do organograma, dos nomes, se vai ser necessário enxugar, diminuir o número de pastas, ou se vai haver necessidade de criar uma nova pasta, isso a gente vai ver. Embora já estejamos pensando, vamos torná-lo público depois das eleições.

Capital News – Para a área de educação, a sua principal proposta é a ampliação na quantidade de escolas de tempo integral?

Alcides Bernal – Cada região administrativa do nosso município precisa contar com uma escola de período integral. Eu penso que a educação é o principal caminho que leva a solução de muitos problemas tanto do presente quanto do futuro. A escola de período integral é uma experiência muito positiva quando você traz as crianças para dentro da escola e trata elas como deve ser, não só do ponto de vista pedagógico, didático, mas na questão da saúde e até profissional, no momento certo. Não pode ser um depósito de crianças, tem que ser um local onde possa haver adultos vencedores e nós vamos fazer. Cada região administrativa, na nossa administração, vai ter uma escola de período integral. Nós vamos trabalhar também para que as creches passem a ser da secretaria de educação. Ampliar o número de creches. Inclusive sabemos da carência de 10 mil vagas. Nós vamos construir novas creches. E construir de tal modo que elas possam ser ampliadas. Campo Grande tem condições de planejar esse crescimento. Não pode ser como foi nos últimos anos que a impressão é que vem um recurso, vai lá e providencia um local para fazer. Não há um estudo como deveria ser e aí aquela solução é paliativa e dali a pouco tem que construir uma alternativa. Nós temos que construir para ampliar, se necessário for, reduzir, dependendo da demanda.

Capital News – A respeito da saúde, o senhor é a favor de devolver a administração da Santa Casa para a Associação Beneficente? Quais as suas propostas para essa área?

Alcides Bernal – Eu tenho acompanhado essa questão da Santa Casa e eu vi as denúncias da Associação Beneficente e elas são gravíssimas. A dívida, quando eles assumiram era uma e hoje já passa da casa dos R$ 120 milhões. Reduziu o número de leitos; aumentou o número de cargos. Informaram, é uma denúncia, de que, inclusive, a Santa Casa se tornou quase um cabide de empregos. Existem algumas alas de atendimento que hoje estão muito precárias. A gente vê os esforços dos funcionários. A Santa Casa de Campo Grande tem um quadro de médicos, enfermeiros e até de administrativos muito competentes, esforçados, que garantem um atendimento que poderia ser melhor, mas sem eles seria muito pior. E nós vamos estudar a Santa Casa a miúdo, assim que ganharmos a eleição. Porque até o presente momento não tivemos acesso. As informações que recebemos foram informações que nos enviaram a Associação Beneficente da Santa Casa e algo que existe no processo judicial, mas nada analisado com profundidade, de modo a tomar decisões responsáveis. Eu preciso avaliar.

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“Nós vamos estudar a Santa Casa a miúdo, assim que ganharmos a eleição”, afirma candidato do PP
Foto: Deurico/Capital News

Agora, o que eu posso adiantar é o seguinte: em Campo Grande já cabe construir um hospital municipal. Eu acho que Campo Grande já pode ter um pronto socorro municipal. É a capital do Estado, tem 800 mil habitantes. Nós não podemos ficar a mercê de interesses de entidades ou instituições que muitas vezes recebem o recurso público, mas não o administra como deveria ser. Eu penso que uma administração que tenha transparência, em que exista controle, prestação de contas, a gestão seja profissional e a responsabilidade seja compartilhada com a sociedade vai ser a solução de ordem hospitalar. Temos que concluir o Hospital do Trauma, é uma necessidade, isso vai ajudar a desafogar a Santa Casa, equipá-lo de tal forma que possa realmente atender. Não pode ser uma caixa como a gente vê por aí, que constrói muito nos bairros e quando você vai em busca do médico, você não encontra o médico e o atendimento. A saúde vai ser prioridade na nossa administração e eu vejo que não falta dinheiro. São R$ 747 milhões previstos no Orçamento, que quando você vai verificar se foi bem aplicado ou não, você percebe que ele foi pouco aplicado na prevenção e foi gasto na doença e a satisfação dos usuários é muito comprometida. As pessoas não querem nem ser atendidas na saúde pública. Vão lá por força da necessidade.

Capital News – O Hospital Municipal e o Pronto Socorro Municipal são compromissos?

Alcides Bernal – São projetos que nós queremos implementar. São propostas que nós temos como necessárias para o nosso Município. Nós vamos resolver caso a caso no seu momento. Estamos agora apresentando propostas e soluções para a saúde pública. Eu acho que o Pronto Socorro Municipal e o Hospital Municipal são uma necessidade.

Capital News – O senhor foi presidente da Comissão de Transporte, na Câmara Municipal, de que forma essa experiência irá ajudá-lo, se for eleito prefeito?

Alcides Bernal – Vai me ajudar muito porque eu conheço cada canto dessa cidade, conversei com os usuários de transporte coletivo, conversei com os trabalhadores do transporte coletivo urbano, falei com os concessionários e vi como é que age essa administração, percebi que o órgão regulador, embora exista e tenha uma função muito importante, não funcionou como deveria ser, mas isso não é responsabilidade de quem está à frente da Agência de Regulação, mas da diretriz apresentada por quem é o prefeito. Nós vamos fazer com que esse serviço funcione de verdade. Vamos buscar da maneira mais enfática e eficiente a redução da tarifa no transporte coletivo urbano. Para isso nós temos que criar um novo sistema integrado de transporte, de modo a reduzir as distâncias, fazer com que haja mais ônibus presentes nos itinerários. Nós temos que construir ou implementar um terminal de transbordo na área central. Precisamos criar linhas que atendam demandas muito grandes, por exemplo, as universidades, o próprio comércio. Nós temos que cuidar dessa questão do transporte coletivo com técnicos que visem atender o interesse público. Abri essa planilha para ver se há ou não gordura. Pela informação preliminar que nós recebemos, dos nossos técnicos, há condições de reduzir por conta de um excesso que foi detectado nessa planilha de custos, mas nós vamos agir com responsabilidade e com muita transparência no sentido da população saber o que está acontecendo e o porquê das nossas decisões. E antes de tomá-las nós vamos consultar a nossa população fazendo com que o Conselho de Transporte Coletivo Urbano funcione de verdade. Não só tendo caráter opinativo, mas também nos ajudando a deliberar.

Capital News – O senhor pretende congelar ou reduzir o IPTU?

Alcides Bernal – Olha, essa é uma proposta clara que o candidato do PT tem apresentado, do PSDB também tem apresentado. Nós entendemos que é preciso rever o IPTU. Temos que rever a começar a política tributária do nosso município que tem sido muito onerosa para o munícipe. Nós temos que avaliar tanto a questão do IPTU, quanto do INSS. O IPTU não pode se tornar um problema para o munícipe que quando vê a chegada de melhorias acabam tendo também que se mudar do local porque não consegue pagar o IPTU. Vamos tratar isso como prioridade e o nosso objetivo é reduzir a carga tributária. Se vai ser através do congelamento do IPTU ou a redução efetiva da carga tributária, especificamente do IPTU, isso nós anunciar nos primeiros dias da nossa administração. Agora, o compromisso é de rever ou, se possível, reduzir o IPTU na nossa administração. Não posso fazer compromissos eleitoreiros até porque nós temos que cuidar da saúde financeira da nossa cidade. Nós temos notícias de uma crise econômica mundial. O nosso município é superavitário, é bem verdade, mas a grande força do nosso município, a Receita, está no IPTU, mas eu posso te afirmar categoricamente: nós não vamos praticar ou permitir que exista uma política tributária como essa administração atual está fazendo. Vamos rever o cálculo do IPTU e se possível for reduzir, e se possível for também, congelá-lo.

Capital News – O Ministério das Cidades hoje está sob o comando do PP. Isso pode ajudar de alguma maneira para obter recursos para Campo Grande?

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Deputado Alcides Bernal afirma que Campo Grande vai se transformar em um canteiro de obras
Foto: Deurico/Capital News

Alcides Bernal – A nossa administração vai contar com o apoio de 44 deputados federais, com cinco senadores e o Ministério das Cidades. Esses 44 deputados federais são do Partido Progressista, com os quais eu tive uma conversa franca, dizendo claramente que o PP assumindo a Prefeitura de Campo Grande vai ter que mostrar serviço, que eu vou precisar do apoio deles. E no Ministério das Cidades, o ministro Agnaldo Ribeiro, que está lá ajudando a presidente Dilma a fazer um bom trabalho, muito bem avaliado aqui no nosso município, certamente será muito importante. Nós vamos transformar Campo Grande em um canteiro de obras. Aqui nós vamos trazer obras que realmente atendam o interesse do município, o interesse da população. Essas questões relativas a mobilidade urbana, todas elas serão devidamente implementadas e a população estará ciente antes de qualquer medida. A população estará ciente dos projetos. Nós não podemos permitir que obras tais como fechamento de vaga de estacionamento aconteça de um dia para o outro. Cito aí a área central que de uma hora para outra perdeu 400 vagas para um canteirinho com grama, que é importante, o verde, a nossa cidade precisa, mas o planejamento precisa existir de tal modo que não tenhamos sacrifícios sejam vivenciados aí nesse caso que eu citei, dos comerciantes. O apoio político e institucional vai existir. O Partido Progressista tem estrutura, eu não duvido também que nós tenhamos o apoio dos deputados federais. Eu tenho certeza que os deputados Geraldo Resende, Fabio Trad, Reinaldo Azambuja, Vander, Edson [Giroto], Mandetta, Marçal, Biffi, eu não tenho dúvida de que eles estarão nos ajudando, eles não vão abandonar Campo Grande porque o povo de Campo Grande decidiu nos eleger. Eles vão ter que trabalhar a favor de Campo Grande assim como os senadores Russo, Moka e Delcídio porque passada a eleição acabam as diferenças partidárias, aí surge um só propósito: aqui os políticos deverão ter um só partido que se chamará Campo Grande. Esse é o partido. Eu enxergo a política dessa forma: de harmonia, de ciscar para dentro. Na época das eleições, vamos fazer as disputas, de alto nível, é o que eu quero e é o que eu faço, onde as ideias e as propostas, ficar consciente de que vai ouvir críticas, saber administrar o momento, a tensão e responder as críticas de maneira a contribuir para o engrandecimento do momento eleitoral. Então, embora eles estejam me atacando muito, de maneira até deprimente, por conta da baixaria, eu entendo que terminada a eleição, declarado o vitorioso, todos tem que ajudá-lo, todo. Eu tenho certeza também que os meus colegas deputados também estarão ajudando, assim como vamos ter um bom relacionamento com os vereadores eleitos no dia 7 de outubro, independentemente do partido ao qual pertençam. Eu já fui vereador, tenho experiência de diálogo com a Câmara Municipal. Nós vamos dialogar com os 29 vereadores e vereadoras eleitos e vamos buscar o melhor para Campo Grande, ouvindo-os. Na minha administração, os vereadores serão importantes indutores do desenvolvimento sustentável da nossa cidade, diferente do que o atual e os anteriores fizeram. Eles queriam que os vereadores fossem meros fantoches, aprovadores de projetos de lei para fazer homenagem ou mudança de nome de rua, mandando projetos de lei a toque de caixa que deveriam ser aprovados rapidamente para agradar o alcaide. Nós temos que dialogar. Essa é a maneira correta de se administrar o município porque se trata da nossa casa. Quando eu digo nossa, eu digo de todas as pessoas que moram e gostam do nosso município.

(O telefone celular do candidato toca por várias vezes. Após concluir a resposta, Bernal atende e explica para a pessoa do outro lado da linha que está sendo entrevistado naquele momento)

Capital News – Candidato, o senhor pretende rever os contratos lixo e do transporte coletivo?

Alcides Bernal – Nós vamos rever a questão do contrato do lixo e do transporte coletivo. Ouve um questionamento do Ministério Público. Nós vamos rever. Não tem como aceitar no apagar das luzes de uma administração se faça licitações tão importantes comprometendo por mais 25 anos a questão do lixo e do transporte. Vamos rever isso aí com certeza.

Capital News – E nas contas da Prefeitura, o senhor pretende fazer uma auditoria geral?

Alcides Bernal – Claro, vamos ter que fazer um levantamento para ver qual é a realidade do Município, mas eu quero deixar claro que não vai ser com o propósito de perseguir quem quer que seja. O que é certo, é certo; o que é errado, é errado. Não temos compromisso com coisa errada e também não temos o propósito de perseguir a quem quer que seja, diferente dos que estão aí que quando entraram no poder fizeram uma verdadeira caça às bruxas. Nós não vamos fazer isso aí. Nós queremos administrar Campo Grande para que a população seja feliz. Obras, vamos ter muitas, mas a prioridade serão as pessoas.

Capital News – Qual será a sua primeira decisão como prefeito de Campo Grande, no dia 1º de janeiro, caso seja eleito?

Alcides Bernal – Fazer um levantamento de todas as reivindicações que nos foram apresentadas e iniciar, de forma muito rápida, a concretização do anseio da população. Imediatamente nós vamos começar a trabalhar a questão da saúde, que para mim é ponto fundamental. Se dois médicos durante 16 anos não conseguiram resolver o problema da saúde, ou pelo menos minimizar o sofrimento do nosso povo, eu tenho o compromisso muito grande de minimizar esses problemas. Então, é o primeiro passo que vamos tomar, além de nomear os secretários e estabelecer metas. É uma administração que deve ser transparente. Nós temos que obedecer, a Lei da Transparência está aí, e a Lei da Ficha Limpa. Essas questões éticas e morais para mim não é virtude, não é mérito, é obrigação do homem público. Nós temos que estabelecer políticas públicas que atendam as pessoas. A população não agüenta mais esse sistema que só prioriza obra, obra, obra. Constrói-se prédios e os serviços não funcionam. Isso precisa mudar.

(O telefone toca novamente. Alcides Bernal novamente atende o telefone e explica que está concedendo uma entrevista. A última pergunta já havia sido feita, mas agora ele precisa gravar o vídeo respondendo novamente a primeira pergunta: por que ele quer ser prefeito de Campo Grande?)

Vídeo


Por Paulo Fernandes - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

Leia também as entrevistas com os outros candidatos a prefeito de Campo Grande
Edson Giroto (PMDB) Marcelo Bluma (PV) Professor Sidney (PSOL)
Reinaldo Azambuja (PSDB) Suél Ferranti (PSTU) Vander Loubet (PT)

 

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Cristiano 04/11/2012

Só propaganda de um ladrão, protestante e renegador do próprio segundo filho. O vice dele é um demônio que atribui a Deus a implantação da ditadura mundial. São frutos da maçonaria do anti-cristo.

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joao 11/10/2012

Ele fala sobre a saude,transporte coletivo e do IPTU,mas e a segurança publica,o q ele pretende fazer?Ninguem faz esta pesgunta a ele.

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2 comentários

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