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ENTREVISTA Quarta-feira, 18 de Janeiro de 2012, 09:24 - A | A

Quarta-feira, 18 de Janeiro de 2012, 09h:24 - A | A

Deputado Federal Mandetta diz que sente-se preparado para ser prefeito de Campo Grande

Larissa Almeida - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) é o único pré-candidato à prefeitura de Campo Grande, fora do Partido do Movimento Democrático do Brasil (PMDB), que tem o apoio do governador André Puccinelli (PMDB). Mandetta é médico, formado pela Universidade Gama, e especialista em ortopedia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Foi Secretário Municipal de Saúde entre 2005 e 2010.

Capital News - O senhor se sente preparado para ser prefeito de Campo Grande?

Mandetta - Eu participei muito ativamente da administração do Nelson Trad Filho (PMDB), porque como eu venho de uma política social que é a saúde, e que obrigatoriamente acontece na comunidade, você está em contato permanente com a população. A saúde te dá uma visão muito ampla, é o grande observatório da condição humana. E muitas das soluções para nossa cidade, passam pela gestão municipal.

Capital News - Porque o senhor quer ser prefeito da cidade?

Mandetta - Nasci aqui, a minha família é daqui. Toda a minha educação foi aqui, inclusive, a minha especialização em ortopedia. Eu sempre optei por morar em Campo Grande. A cidade me deu muito, então o que eu puder fazer para devolver, eu farei. Por isso que eu acho que você estar pré-candidato dentro deste grupo, é uma boa oportunidade de ajudar no debate.

Capital News - Mas o senhor e o deputado federal Edson Giroto (PMDB) são pré-candidatos pelo mesmo grupo político. Como serão essas prévias?

Mandetta - As pesquisas qualitativas e quantitativas irão ajudar, mas a candidatura não pode ser pautada só pelas pesquisas, porque o eleitor ainda não foi submetido a um debate. É uma pena que não tenhamos um debate para a pré-candidatura, como nos Estados Unidos. A pesquisa quantitativa para este ano não vai ser esclarecedora, porque vamos estar todos muito próximos uns dos outros. Na qualitativa, a cidade já começa a responder o que ela não quer. Eu acho que a capacidade de aglutinar ideias e trazer pessoas vai ser muito importante, porque você não administra sozinho. Você tem bons projetos no PSDB, PDT, PSB, PP, você tem que trazer as ideias, e não nomes.

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A pesquisa quantitativa para este ano não vai ser esclarecedora, porque vamos estar todos muito próximos uns dos outros
Foto: Deurico/Capital News

Capital News - Existe a possibilidade de que, se o senhor não for candidato à prefeito, de ser vice?

Mandetta - Ninguém está falando agora sobre os vices, porque não conseguimos ainda definir nem quem serão os prefeitos. Depois de construído o nome do candidato deste grupo político, este nome vai ter que começar a buscar os aliados. Temos aliados históricos se posicionando com candidatura própria, como PSDB e PPS.

Capital News - O que o senhor achou a respeito da declaração do deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) que disse que, se o senhor saísse candidato, ele desistiria de concorrer à prefeitura?

Mandetta - O Reinaldo é um político muito sincero. Quando eu conversei com ele, os pontos que ele defende, como modernizar a administração, são os mesmos que eu defendo. Ao final da conversa nós vimos que não temos diferença. Que o resultado final de uma administração seria muito parecido. Temos partidos importantes com excelentes nomes, como PP, como PDT. Depois que for definido o nome de quem vai disputar a prefeitura, aí vamos construir as alianças.

Capital News - Caso o senhor não seja candidato e sim o Giroto, pretende deixar este grupo político?

Mandetta - Não, porque eu tenho uma ligação absoluta com o prefeito e com o governador, até porque trabalhei com o prefeito. Se este for o desejo do grupo e todos nós nos convencermos de que, seguindo este caminho a gente vai poder ajudar Campo Grande, vamos apoiar o candidato escolhido pelo grupo. Não tenho nenhum outro caminho a seguir, a não ser levar Mato Grosso do Sul à experiência administrativa que Campo Grande viveu nos últimos oito anos. Se o André sair do Estado, a gente tem que dar continuidade a este trabalho como foi feito em Campo Grande. Eu acho a administração do Estado maravilhosa. Então, a eleição de 2012 também tem a ver com a de 2014.

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Eu tenho uma ligação absoluta com o prefeito e com o governador, por isso vou apoiar o candidato escolhido pelo grupo, independente de quem seja
Foto: Deurico/Capital News

Capital News - Quais são as suas propostas para a prefeitura de Campo Grande?

Mandetta - Queremos experimentar um modelo de prefeitura descentralizada. Não dá para um prefeito em uma cidade com quase um milhão de habitantes centralizar as ações. Você acaba ficando muito distante da comunidade. Por exemplo, poderia ter um subsecretário de obras para a região do Aero Rancho, você poderia dar uma certa autonomia para as regiões, como Moreninhas, Nova Lima, Santo Amaro. Temos que fazer uma discução sobre o modelo administrativo, porque este modelo centralizado funciona bem só em algumas áreas, por exemplo, grandes projetos, eixo Norte Sul, fundos de vale. Aí não tem jeito. Agora, questões do dia a dia, como reparos, limpeza de um bairro, educação daquele local, poderia ser resolvido por subsecretarias. Por exemplo, temos só uma grande Central de Atendimento ao Cidadão. Em São Paulo, em cada estação do metrô tem uma central de atendimento. É uma facilidade. Temos que ter um olhar muito atento para facilitar a vida do cidadão.

Capital News - E investimentos em infraestrutura, transporte, educação. O que o senhor pretende fazer nestas áreas?

Mandetta - Já foi investido muito em infraestrutura urbana, em avenidas, calçadas, obras, a gente já consegue ir e vir em Campo Grande em praticamente todos os bairros com uma boa malha asfáltica. Agora temos que investir no social. Temos que descobrir no que nós somos bons, criar uma identidade para Campo Grande. Eu acho que temos que pegar uma bandeira. A questão do meio ambiente tem grande agenda no século 21. Acho que isso tem repercussão nacional. Campo Grande tem tudo para assumir a vanguarda do meio ambiente e da sustentabilidade. Nós temos os fundos de vale preservados, temos araras voando por aí, uma boa arborização. Acho que a gente tem que avançar na reciclagem do lixo e na geração de energia limpa e mostrar para o Brasil que a cidade é sustentável.

Capital News - E quanto ao trânsito e educação?

Mandetta - Nós temos que melhorar o trânsito, a mobilidade urbana, temos que ter um transporte coletivo de qualidade para que as pessoas parem de optar pelo transporte individual. Na questão das drogas, por exemplo, que é um assunto em que eu me envolvi particularmente. Enquanto não tivermos crianças e adolescentes nas escolas, que fiquem em período integral, o problema não vai se resolver. Antigamente, as mães não trabalhavam para cuidar e educar os filhos. Hoje em dia, a mulher está inserida no mercado de trabalho. Pai e mãe saem para trabalhar e estamos deixando as crianças e adolescentes soltos. Queria que pelo menos metade das escolas fossem em período integral.

Capital News - O vereador Paulo Siufi também estava cotado como pré-candidato pelo PMDB?

Mandetta - Eu não sei como estão as coisas dentro do PMDB, mas eu acho o Siufi um excelente candidato, acho que quem está a ali na Câmara escuta muito a população e tem muito a colaborar. O Paulo é uma revelação da política em Campo Grande e eu tenho certeza de que o PMDB estaria muito bem representado tanto com o Siufi quanto com o Giroto neste momento de pré- candidatura.

Capital News - Como tem sido o seu mandato em Brasília, sendo oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT)?

Mandetta - Para mim não muda absolutamente nada ser ou não oposição, porque o meu mandato é feito em cima das minhas opiniões e constatações. Eu não sou oposição radical, de fazer oposição por oposição. Eu me sinto muito à vontade de fazer críticas ao governo federal quando ele precisa, quando ele merece. Acho que se eu estivesse num partido da base governista eu teria mais dificuldade, porque eu sou muito espontâneo. Se eu não concordo, você vai ouvir imediatamente de mim que eu não concordo.

Capital News - E a questão do veto da presidenta esta semana a alguns dispositivos da Lei que regulamenta a emenda 29, qual a sua opinião?

Mandetta - A regulamentação da Emenda 29 ficou 12 anos no Congresso Nacional, aí ela vai lá sanciona e veta, inclusive a parte federal no financiamento. Eu não quero saber se eu sou DEM, PMDB, PT, PC do B, qualquer coisa assim. Isso é cinismo, isso é descaso com a população. Pena que eu não estou lá hoje para falar na tribuna o que eu tenho que falar, porque eu estou engasgado. Se eu estivesse num partido da base, alguns não criticariam porque falam “olha, não pode criticar a mulher lá, ela vai ficar brava”. Iam acabar me tirando da base aliada.

Capital News - Então o senhor não concorda com a regulamentação?

Mandetta - Não, discordo totalmente. Ela colocou lá que só poderemos discutir financiamentos para a saúde novamente daqui a 5 anos. A Dilma está condenando a saúde pública a ficar do jeito que está. E nós temos que fazer o Governo Federal vir a público dar explicações, porque ele é o grande responsável do baixo investimento na saúde. Isso é uma vergonha. E ela retirar o dela, é uma covarde. É usar uma base de 470 deputados aliados(nós temos 80 de oposição). É uma covardia. Mas nós somos barulhentos.

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A Dilma está condenando a saúde pública a ficar do jeito que está
Foto: Deurico/Capital News

Capital News - Ano passado o senhor chegou a cogitar uma mudança de partido, para o PSD?

Mandetta - Fiquei muito lisonjeado quando recebi o convite do Antônio João, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, de companheiros federais, mas pesou 2 fatores: primeiro que o meu eleitor não entenderia muito bem este negócio de mudança de partido. Eu nunca gostei muito dessa história de troca de partido. Lembra daquela época em que o cara ficava trocando de partido? Eu nunca gostei muito disso e estava desconfortável. Mas a gente tem que escutar as outras pessoas. Muitos, por exemplo, acham que fazer oposição é muito difícil. Eu não estou vendo dificuldade nenhuma.

Capital News - E o segundo fator?

Mandetta - A segunda questão é porque eles já vinham construindo em Campo Grande a identidade do partido. Eu não sei o quanto eu somaria entrando agora. E no partido em que eu estou, estamos caminhando com os próprios pés, temos vários companheiros que vieram pra esta caminhada com a minha chamada. Pesou também a vontade de ficar, mas quem mudou de partido deve ter tido seus motivos e eu respeito.


Por Larissa Almeida - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

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Marcos Jose Starwinger 23/01/2012

Este moço deixou a dengue dominar nossa cidade quando secretário de saúde e tirou a santa casa das mãos das pessoas que a construiram e tocaram por quase cem anos para transformar no cabide público de emprego e botique de clinicas particulares que está ai. Agora vem de papinho furado. Giroto nele. Parabéns André.

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José Antonio Sassioto 19/01/2012

Assim como os citados na entrevista, Girotto e Siufi, acredito que todos tem conhecimento e capacidade para administrar Campo Grande. Será um páreo duro, muito bom para o município.

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Roden 18/01/2012

Chega de obras superfaturadas indo para o bolso de safados. chegou a hora de politicas sociais, dar ao povo pelo menos o direito á saúde e educação.

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Léo 18/01/2012

Parabéns Mandetta voce merece. queremos gente daqui, filho de campo Grande. hora de renovar e dar oportunidades aos fichas limpas.

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Eduardo 18/01/2012

Fico feliz em saber que um nome de respeito e ficha limpa se coloca a disposição para ser prefeito de nossa querida morena. força Mandetta, que Deus ilumine seus caminhos.

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5 comentários

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