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ENTREVISTA Sábado, 22 de Dezembro de 2012, 11:30 - A | A

Sábado, 22 de Dezembro de 2012, 11h:30 - A | A

Paulo Siufi avalia mandato e diz estar à disposição para ajudar Alcides Bernal

Paulo Fernandes e Bruno Chaves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Paulo Siufi (PMDB), destacou que a atual legislatura conseguiu “quebrar todos os recordes em número de indicações, audiências públicas, sessões itinerantes, sessões comunitárias e também na aprovação de projetos”.

Na entrevista concedida ao Capital News, Paulo Siufi falou ainda sobre a situação financeira da Casa de Leis, o aluguel do prédio da Câmara, as críticas ao novo salário dos vereadores, e a relação dele e dos outros vereadores com o prefeito eleito, Alcides Bernal.

Siufi disse desejar que Bernal tenha um bom relacionamento com a Câmara Municipal e afirmou que, no que for possível, irá ajudá-lo no entendimento com o parlamento.

“Não tenho revanchismo político, não tenho sequela de eleição. Pelo contrário, sou vereador de Campo Grande e quero o bem da minha cidade e do meu povo. O que ele precisar de auxilio dessa Casa, pelo menos da minha pessoa, a partir de 1º de janeiro, como vereador, ele terá”, disse.

A entrevista foi concedida na última sexta-feira (21), após uma das mais longas sessões da Câmara, com duração de sete horas. Ainda assim, Paulo Siufi se mostrou disposto a responder a todas as perguntas, até mesmo as mais delicadas.

Capital News - Como o senhor avalia o seu mandato na frente da Câmara e qual a sua maior realização como presidente?

Paulo Siufi - Avalio de uma forma positiva visto que conseguimos quebrar todos os recordes em indicações, audiências públicas, sessões itinerantes, sessões comunitárias e também na aprovação de projetos, tanto do Executivo quanto do Legislativo. Os vereadores trabalharam muito. Foi a legislatura que mais trabalhou na Câmara Municipal de Campo Grande. Eu acredito que o maior legado que eu deixo para o próximo presidente ou presidenta é a transparência das ações e o respeito tanto aos vereadores quanto aos funcionários desta Casa porque os funcionários foram a mola mestra nessa minha administração de quatro anos. Eles representam muito para que eu possa oferecer as condições ideais para todos os vereadores trabalharem e levarem as reivindicações à população a obterem êxito. Esse é o meu legado, ser um administrador que desentralizou a Câmara Municipal e, principalmente, que buscou através da economia do custeio repassar o aumento ao servidor público.

Capital News - Tem algo que o senhor tentou fazer e não conseguiu?

Paulo Siufi - A única coisa que eu não consegui fazer nesses quatro anos, mas não por somente minha culpa, porque eu dependo do Executivo para essa ação, foi a aquisição em definitivo de um prédio para a Câmara Municipal, mas tenho certeza de que o próximo prefeito e o próximo presidente tomarão isso como uma iniciativa e conseguirão colocar a êxito.

Capital News - Como o senhor entrega hoje as finanças da Casa? Sobra ou falta dinheiro?

Paulo Siufi - A Casa está com as contas todas elas saldadas. Não devemos nada. Não temos nenhuma dívida. Pelo contrário, temos um superávit. Nós temos devolução do dinheiro mais uma vez para os cofres públicos, ao Executivo municipal, porque sempre tivemos essa preocupação em olharmos para as nossas finanças de forma plena, de forma saudável. A Casa está tranquila, com as finanças com uma saúde muito boa e tenho certeza de que o próximo presidente continuará o trabalho que iniciamos.

Capital News - Com os novos vereadores e um salário maio, o duodécimo será suficiente?

Paulo Siufi - Acredito que nós teremos que fazer algumas adequações, mas nada que implique em dificuldade de trabalho aos novos vereadores, aos antigos vereadores e aos funcionários dessa Casa. E eu estarei ajudando a próxima Mesa Diretora com a experiência que adquiri ao longo desses quatro anos.

Capital News - O que dizer a respeito das críticas ao aumento salarial dos vereadores?

Paulo Siufi – Críticas fazem parte da vida do parlamento, fazem parte da vida do homem público. Eu sou um estadista. Eu consigo enxergar nas críticas a solução para os problemas que eles nos mostram. Eu digo: de quatro em quatro anos é feito esse reajuste. Se fosse anual, a população até não entenderia e muito menos eu aceitaria, mas é de quatro em quatro anos e nós tivemos nos últimos quatro anos um poder deflacionário muito maior do que esse aumento que obtivemos. Então, o que precisa. A população precisa entender que os vereadores trabalham, eles precisam receber bem para não ter aquela situação de que muitas pessoas possam imaginar: ‘vereador não trabalha, não faz nada e só fica lá”. Não, eu sou médico, trabalho no meu consultório, atendo meus pacientes, e trabalho muito como vereador. Fui recordista de aprovação de projeto de lei nessa Câmara. Isso entra para a história do legislativo. Não por ser presidente, eu iria faltar como vereador. Sempre estive me pautando pelo mandato que obtive nas urnas e que me foi conferido pelo voto popular. Então, não vejo problema nenhum em tecer críticas, principalmente as construtivas – eu as recebi dessa forma. Eu tenho certeza de que aqueles que fizeram críticas amanhã estarão aplaudindo o trabalho dos vereadores que trabalham.

Capital News – Em relação ao Bernal, o congelamento do IPTU e a redução da verba de suplementação de 5%, qual é o impacto disso?

Paulo Siufi – O Alcides Bernal está assumindo a Prefeitura no dia 1º de janeiro. Ele deve e eu faço votos que ele tenha um bom relacionamento com a Câmara Municipal. No que possível for, eu ajudá-lo a buscar as melhorias, o entendimento com essa Casa, eu irei ajudá-lo. Já me coloquei à disposição dele. Não tenho revanchismo político, não tenho sequela de eleição. Pelo contrário, sou vereador de Campo Grande e quero o bem da minha cidade e do meu povo. O que ele precisar de auxilio dessa Casa, pelo menos da minha pessoa, a partir de 1º de janeiro, como vereador, ele terá.

Capital News – O senhor acha que falta diálogo entre o prefeito eleito e os vereadores?

Paulo Siufi – Esse diálogo vai ser conquistado naturalmente. Eu acredito que após a nossa posse, o encaminhamento vai acontecer de forma natural.

Capital News – O senhor se sente frustrado por não ter conseguido ajudar a resolver essa questão do aluguel do prédio da Câmara?

Paulo Siufi – Eu já te respondi que esse seria o meu maior desafio, mas porque teve um imbróglio judicial. Não foi só o meu querer. Houve um problema na Justiça, que não se definia, e agora ao apagar das luzes do ano de 2012 a Justiça tomou uma decisão, que foi pedido vista, e agora vamos aguardar o encaminhamento judicial e depois tomaremos todas as medidas, a próxima Mesa Diretora, em comunhão com os vereadores, os 29, para podermos definir um espaço definitivo para a Câmara Municipal.

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