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ENTREVISTA Quinta-feira, 10 de Maio de 2012, 07:01 - A | A

Quinta-feira, 10 de Maio de 2012, 07h:01 - A | A

Preferida dos brasileiros, poupança continua sendo o investimento mais seguro, diz Superintendente da Caixa

Paulo Fernandes - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Didático, o superintendente da Caixa Econômica Federal em Mato Grosso do Sul, Paulo Antunes de Siqueira, concedeu uma entrevista ao Capital News na terça-feira (8) sobre as novidades envolvendo a poupança e as reduções das taxas de juros do cheque especial e do crédito imobiliário. Na conversa de quase meia hora, ele afirmou que a mais popular aplicação do país, a poupança, continua sendo um dos melhores investimentos.

Paulo Antunes contou também que com a redução das taxas de juros a demanda por crédito na Caixa aumentou 300% e falou ainda sobre as expectativas de negócios para a Feira de Imóveis, que acontecerá de 23 a 26 de maio, no Armazém Cultural.

Capital News - De que forma a redução da taxa de juros do cheque especial se refletiu em número de negócios?

Paulo Antunes – Na verdade, a queda da taxa de juros na Caixa Econômica Federal aconteceu de forma bastante forte. Nós tivemos redução em operação de crédito para as famílias, as pessoas físicas, e para as empresas. Todos os nossos clientes foram beneficiados, de imediato. A partir do momento que reduzimos a taxa, a partir daquele dia, no final de abril, todos os nossos clientes receberam automaticamente a redução das taxas. Isso significa dizer que a Caixa, que é um banco com uma quantidade imensa de clientes, todos eles receberam a redução de imediata. Quem não era cliente da Caixa ou ainda não é passou a ter os mesmos benefícios dos nossos clientes na redução das taxas de juros. A estratégia da Caixa de reduzir as taxas de juros para todos os clientes e para os não clientes que quiserem ser clientes receberem esse desconto foi muito acertada. Isso fez com que a demanda dos nossos clientes e dos não clientes que querem se tornar clientes passasse a ser bastante empenho. Hoje nós temos uma grande procura. Eu posso dizer que se nós multiplicamos por três a quantidade de demanda por crédito na Caixa Econômica Federal. Teve um aumento de, no mínimo, 300% na demanda dos clientes. O volume liberado praticamente mais que dobrou. Esse é o reflexo de imediato no âmbito Caixa Econômica Federal.

Capital News - E no mercado como um todo?

Paulo Antunes - Os nossos clientes foram beneficiados. Aqueles que ainda não são clientes estão vindo para a Caixa. Isso impacta na economia? A resposta é sim porque os demais bancos também começam a fazer o movimento de redução das taxas de juros para não perderem clientes. Todos os bancos reduziram, mas não nos níveis que a Caixa. Para você ter uma ideia, se você quiser citar, em taxas, para as empresas a Caixa reduziu o capital de juros dela a 0,94% ao mês para a micro, pequena e média empresas. É a taxa mais baixa do mercado. Para a pessoa física, o crédito consignado para aposentados foi reduzido a 0,83% ao mês, de repente para diversas categorias é 1,20%, que é uma taxa bastante reduzida no prazo de 120 meses.

Capital News - O crédito fácil não pode aumentar a taxa de inadimplência?

Paulo Antunes - Não. Veja só, até antes do lançamento da estratégia da Caixa de redução dos juros, ela tinha o seu controle e o índice de inadimplência nosso era bastante reduzido, tanto na carteira profissional quanto na carteira comercial, que é o empréstimo para a pessoa física ou jurídica. Como o lançamento da estratégia de reduzir as taxas de juros para todos os clientes está começando, a tendência é reduzir a inadimplência porque agora eu tenho crédito para emprestar em um prazo maior e taxas de juros menores. Os meus clientes têm condições de renegociar dívidas, alongar prazos, reduzir parcelas. Aqueles que não são nossos clientes têm condições de renegociar as dívidas com outras instituições, trazendo para Caixa, alongando e reduzindo o valor do comprometimento mensal. Isso é um movimento que contribui para a redução da inadimplência.

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“Todos os clientes da Caixa estão pagando metade dos juros de uma hora para outra”
Foto: Deurico/Capital News

Capital News – Já houve queda de juros bancários nessa proporção antes?

Paulo Antunes – Sempre tem redução, mas agora mais do que uma redução de taxas foi um posicionamento estratégico da Caixa. Ela resolveu cortar muito. O cheque especial caiu pela metade. O cheque especial era 8%, caiu para 4%, por exemplo, de todos os clientes. Todos os clientes da Caixa estão pagando metade dos juros de uma hora para outra. Se o cliente tinha R$ 10 mil de cheque especial e pagava 8% ano mês, ele pagava R$ 800, agora vão sobrar R$ 400 para ele gastar ou economizar. Então foi muito forte. A propaganda diz: houve um corte histórico de juros. Além de ter sido um corte histórico de juros, foi feito propaganda disso e todo mundo ficou sabendo.

Capital News - Como foi a mudança da poupança. Ela ficou mais vantajosa ou não?

Paulo Antunes – Todos os depósitos até o dia 3 de maio continuam com a regra atual. Qual é a regra? Meio por cento ao mês mais a TR. Os novos depósitos, a partir do dia 3, também continuam recebendo 0,5% mais a TR, a não ser que a Selic (taxa básica da economia) seja reduzida de 8,5% a baixo. Se a taxa Selic a esses níveis, esses novos depósitos passam a ser corrigidos de uma outra maneira. Então, essa medida provisória visa uma modificação que poderá ainda acontecer. No momento, não mudou nada. Se você depositar R$ 1 milhão hoje, dentro da nova regra, e se a Selic não tiver alteração para 8,5% ou inferior, você vai ter 0,5% mais a TR.

Capital News - Hoje a taxa Selic está em 9% e por várias vezes já caiu meio ponto percentual. Então, ela tem uma tendência...

Paulo Antunes - Esse é o cenário B. Nesse cenário, a taxa Selic foi para 8,5%. Sabe o que vai acontecer? Você vai receber 70% dos 8,5% da taxa Selic, mais a TR. Ao invés de receber 0,5% ao mês mais a TR, você vai receber 70% da Selic. Isso vai ser melhor ou pior? Praticamente será equivalente ao juros real praticado na economia. Isso é um jeito do governo proteger a poupança e proteger os contratos também porque a taxa básica de juros significa um juro que baliza todas as demais taxas. Se hoje eu tenho uma lei que diz que a poupança é 0,5% mais a TR é com base em uma realidade econômica do passado. A realidade econômica que poderá vir para o Brasil pode não comportar 0,5% ao mês porque os níveis nossos de juros estão chegando aos níveis dos países de primeiro mundo.

Capital News – A poupança continua sendo um dos investimentos mais seguros?

Paulo Antunes – Continua sendo na Caixa o investimento mais seguro que temos e eu diria para você o mais rentável, um dos mais atrativos financeiramente. Se você fizer um comparativo entre a poupança, entre fundo de investimento com maior segurança e liquidez, entre até mesmo entre aplicação direta no Tesouro, a poupança por ser isenta de tributação, ela é melhor. Quer ver uma observação bem simples? O IR você vai pagar 22,5% nas aplicações financeiras, até um ano, se passar de 350 dias, talvez você vai pagar 15%. Vinte e dois e meio de imposto, se você considerar que ganha 70% e não paga 22,5%, você já está ganhando quanto? Noventa e dois e meio por cento de CDI. CDI é a taxa que baliza as demais, é a que baliza as outros. E você ainda tem o adicional da TR. Talvez então a poupança passe ainda a ser mais lucrativa do que era.

Capital News – Existe alguma maneira de fazer simulação para escolher a melhor aplicação financeira ou é preciso ir até a agência bancária?

Paulo Antunes - No site da Caixa ou no 0800-574-0101 você tem uma maneira de calcular os valores dos seus empréstimos. Por exemplo, você tem várias dívidas com outros bancos. Tem R$ 100 mil de débito. Você vai entrar no site da Caixa, põe lá quero R$ 100 mil de empréstimo. Aí ele vai calcular R$ 100 mil no prazo que você pedir para você comparar quanto está pagando na outra instituição financeira. Agora se você quer saber qual é o melhor investimento, o ideal é conversar com nossos gerentes. Qualquer agência pode atender e fazer uma simulação.

Capital News – De quanto foi a redução de juros do financiamento para a habitação?

Paulo Antunes – Nós tivemos uma redução nas taxas de juros do financiamento imobiliário, sobretudo agora que temos Feirão em várias capitais brasileiras. Aqui teremos uma Feira de Imóveis de 23 a 26 de maio no Armazém Cultural. As nossas taxas de juros sofreram reduções nas várias modalidades. Nós temos duas grandes fontes de financiamento: uma com recurso do FGTS, que essa já é reduzida, e uma com recursos do SBPE [Sistema Brasileiro de Poupança]. No FGTS [Fundo de Garantia por Tempo de Serviço] você tem 5% ao ano. E na habitação, com a redução, a partir de 7,9%.

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Caixa investiu R$ 1,5 bilhão em habitação no ano passado e espera aumentar montante em 20% neste ano, diz superintendente
Foto: Deurico/Capital News

Capital News – Quanto a Caixa tem disponível para a habitação?

Paulo Antunes – Eu diria que nós temos um orçamento, mas vamos atender a demanda. Todo ano nós temos um determinado orçamento, mas nos últimos 4, 5 anos nós extrapolamos esse orçamento sem problema nenhuma. No ano passado, nós investimos R$ 1,5 bilhão em habitação e nosso orçamento não chegava a R$ 800 milhões. E esse ano se pegar o nosso orçamento não dá R$ 1,5 milhão, só que não tem uma trava. Se precisar de recursos, tendo projetos bons, nós conseguimos os recursos. Nossa previsão é aumentar esse volume em pelo menos 20%.

Capital News – O investimento em habitação tem aumentado ano a ano?

Paulo Antunes - Tem. Para você ter ideia, em 2008 nós emprestamos R$ 288 milhões. Em 2009 aumentamos para R$ 380 milhões. Em 2010: R$ 1 bilhão. E em 2011, R$ 1,5 bilhão.

Capital News – O anúncio da redução dos juros da habitação é recente, mas já foi possível perceber um aumento na procura por financiamento?

Paulo Antunes - O anúncio da habitação é muito recente. Mas nós já estávamos crescendo bastante. No primeiro trimestre desse ano nós crescemos 98% em relação ao mesmo período do ano passado, isso sem o reflexo da redução da taxa de juros. A redução foi na semana passada. Nós vamos ter uma realidade mais forte a partir do Feirão.

Capital News – Haverá plantão para atender esse aumento da demanda?

Paulo Antunes – Nós estamos abrindo as agências uma hora mais cedo todos os dias e vamos abrir no sábado das 8h às 15h justamente por causa desse aumento de demanda. Neste sábado (12), em Campo Grande vamos abrir quatro agências; e em Dourados vamos abrir uma.

Capital News – Quais são essas agências?

Paulo Antunes – Na Capital, vamos abrir na 13 esquina com a Cândido Mariano, a agência que fica no Shopping Campo Grande, a da avenida Bandeirantes e da Coronel Antonino. E em Dourados vamos abrir a agência na Joaquim Teixeira Alves.


Por Paulo Fernandes - Capital News (www.capitalnews.com.br)

 

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