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Polícia Sexta-feira, 27 de Novembro de 2009, 16:59 - A | A

Sexta-feira, 27 de Novembro de 2009, 16h:59 - A | A

Após cinco disparos, jornalista só parou de atirar por causa das crianças, segundo inquérito policial

Reginaldo Rizzo - (www.capitalnews.com.br)

A Polícia Civil conclui o inquérito da discussão de trânsito que resultou na morte da criança de dois anos, Rogério de Mendonça Pedra Silva. Nove pessoas, além do acusado, vítimas e familiares foram ouvidas. Agora, o Ministério Público Estadual terá cinco dias para oferecer denúncia.

O inquérito conclui que Agnaldo Ferreira Gonçalves tinha conhecimento que dentro da camionete L-200 estavam duas crianças. De acordo com o delegado Márcio Custódio, que cuida do caso, uma das testemunhas que estava no 1º DP (Distrito Policial) ouviu o jornalista e bacharel em Direito, dizer no momento em que chegou à delegacia, que havia se envolvido em uma confusão no trânsito e que efetuou cinco disparos e “só parou de atirar porque havia crianças no carro se não teria atirado mais.”

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De acordo com o delegado Márcio Custódio, Agnaldo estava consciente de que tinha crianças dentro da camionete
Foto: Deurico/Capital News

Agnaldo procurou a polícia para registrar um boletim de ocorrência de ameaça, alegando que Aldemir teria feito sinais de que iria atirar nele. Segundo ele, o condutor da L-200, Aldemir Pedra Neto, ainda o teria agredido, mas os exames realizados no jornalista não encontraram nenhuma lesão.

A frieza do acusado causou estranheza no delegado. “Ele foi bastante frio, se manteve cheio de razão. Realmente ele acha que está certo,” relata o delegado Márcio Custódio.

Agnaldo vai responder por homicídio doloso qualificado, sem chance de defesa e por motivo fútil, e três homicídios tentados contra Aldemir Pedra Neto, João Afonso Pedra e Ana Maria de Mendonça Pedra Silva, de 5 anos, que estavam dentro do veículo, além do porte ilegal de arma, podendo chegar a sentença a 30 anos de reclusão.

O caso, conforme apuração

A discussão teve início no cruzamento da avenida Ernesto Geisel com a Mato Grosso. O condutor da L-200 teria demorado a sair com o carro após o semáforo ter aberto, que irritou o autor do homicídio, que dirigia um veículo Fox.

Eles teriam iniciado uma briga verbal e na avenida Mato Grosso , entre a Calógeras e a 14 de Julho, ambos desceram do veículo e começaram a discutir. Nesse momento, segundo o delegado, ambos se exaltaram e a Aldemir empurrou Agnaldo, momento em que ele ia em sua direção para agredi-lo. O pai do condutor e avô das crianças, João Afonso pediu calma e falou que estava “com duas crianças no carro e que elas estavam ficando nervosas.”

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O segundo disparo resultou na morte da criança, conforme pericia
Foto: Deurico/Capital News

Depois de retomarem os seus veículos, ambos seguiram viagem, quando, ainda na avenida Mato Grosso próximo ao cruzamento com a rua Rui Barbosa, Agnaldo emparelhou ao carro e começou a efetuar os disparos. Segundo o delegado Márcio Custódio, o jornalista chegou pelo lado direito da camionete, e efetuou o primeiro disparo, que atingiu a porta do passageiro, ferindo o queixo de João Afonso. Como a L-200 estava atrás de outros carros, Aldemir tentou sair empurrando os outros veículos e Agnaldo continuou atirando. O segundo tiro acertou na porta traseira, atingiu o pescoço e saiu próximo ao ombro da criança que faleceu. Os estilhaços do quarto disparo ainda feriram os olhos e costas da criança de cinco anos, Ana Maria.

De acordo com o delegado Márcio Custódio, apesar do histórico de violência e infrações no trânsito de Aldemir, ele se manteve calmo. “Foi o Agnaldo que se descontrolou. Brigas no trânsito acontecem todos o dias, mas descontrole assim não.”

O delegado não soube informar quando deve ser realizada a reconstituição do homicídio. “Temos que ver bem, pois devemos preservar a moralidade e a ordem pública”, explica o delegado.

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Agnaldo está preso no Instituto Penal de Campo Grande
Foto: Deurico/Arquivo Capital News

 

Por Reginaldo Rizzo - (www.capitalnews.com.br)

 

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adriana 09/02/2010

Sinceramente, so de olhar para a cara desse monstro me revolto,que justiça é essa que coloca um vagabundo desse na rua??Cade os direitos dessa criança que foram violados por esse delinquente infeliz,sinto me indignada com essa justiça do Brasil Pouco importa se esse vagabundo e réu primário tem que mofar na cadeia desgraçado.

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