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Polícia Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009, 12:44 - A | A

Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009, 12h:44 - A | A

Polícia Civil faz reconstituição de chacina em Dourados

Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A Polícia Civil fez nesta manhã a 2ª reconstituição da chacina que matou uma família inteira no bairro Canaã I em Dourados na madrugada do dia 23 de março de 2007. Pai, mãe e seus dois filhos foram executados a tiros por causa de uma reclamação de som alto.

Nenhum dos acusados participou da reconstituição de hoje. Segundo a promotoria, houve divergências com relação nas informações apresentadas na 1º reconstituição, que não foi aceita. Na primeira reconstituição, dia 17 de janeiro de 2008, participou da reconstituição somente Fábio Teixeira Severo, o "Pato Loco", um dos envolvidos, já que Cléber Júnior Garças, o "Caiçara", apontado como o autor dos disparos, não compareceu porque a direção do presídio não havia sido comunicada de que ele teria de ser transportado sob forte escolta policial de Jateí para Dourados.

Crime

Segundo a Polícia Civil de Dourados, Cleber, é apontado como o autor dos disparos que mataram a merendeira, Vera Lúcia Leonardo Daleste, 48 anos; o pedreiro Abraão Israel Lucas, 36 anos; Natália, de 9 anos e Bruno, 13 anos. Eles morreram enquanto dormiam no interior da casa na rua Filinto Muller.

Na época, Cleber disse que matou porque Abraão pediu para que ele baixasse o volume do som. “Ele veio com ignorância. Disse que precisava dormir já que não era vagabundo como a gente. A princípio eu não iria matá-lo mas acabou acontecendo”, disse.

Garças teria saído de uma festa e se deslocado para a casa da namorada. Lá ele teria iniciado uma outra festa na vizinhança. Abraão teria pedido para abaixar o som e depois ligou para o 190 da Polícia Militar, pedindo providências. O Grupo Getam esteve no local e solicitou ao dono da casa para diminuir o volume. 

Cléber disse ainda que Abraão teria sido o primeiro assassinado. “Ele acendeu a luz, eu atirei nele, que acabou caindo em cima da cama”, disse.

Quanto as crianças, o acusado relatou que a menina Natália teria acordado e levantado. O menino, o Bruno, teria apenas levantado a cabeça. “Mandei eles se deitarem e executei as crianças quando elas estavam de cabeça baixa”. Segundo o acusado, a morte das crianças aconteceu por medo dele ser reconhecido.

Cleber confessou ainda que levou do local um aparelho de som e um DVD, que pretendia utilizar ou comercializar . O aparelho de DVD foi localizado na casa de Cláudio, o “Dudu”, que também foi preso. Ele disse que tinha guardado o objeto para uso próprio. Cláudio relatou que não sabia que o aparelho era roubado.

Fábio Teixeira Severo, 23 anos, informou que a sua participação no caso foi a de arrombar a porta e levar o DVD. Ele contou que saiu correndo quando viu Cleber atirar na esposa de Abraão. “Senti raiva de mim mesmo por não ter impedido os crimes”, disse.

Além da prisão dos três suspeitos, foi detida a namorada de Cléber, uma adolescente de 14 anos e vizinha das vítimas. Ela teria ficado do lado de fora, vigiando, enquanto Cleber executava as vítimas. Os suspeitos ainda teriam levado o carro das vítimas até outro lugar para despistar a polícia e dar a impressão de se tratava de um roubo.

Com as prisões dos quatro envolvidos, permanecem presos somente Cléber e Fábio.

"Dudu" ganhou a liberdade, após ser processado por crime de receptação e não pelo envolvimento direto na chacina. Já a adolescente, após ficar pouco mais de 30 dias em uma instituição de menor, também foi colocada em liberdade. (Com informações de Dourados Agora)

 

Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

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