Campo Grande Quarta-feira, 01 de Maio de 2024


Política Sexta-feira, 21 de Maio de 2010, 10:20 - A | A

Sexta-feira, 21 de Maio de 2010, 10h:20 - A | A

Jogada de Temer pode forçar André a apoiar Dilma

Marcelo Eduardo - Capital News

André Puccinelli pode ser obrigado pela cúpula nacional do PMDB a formalizar seu apoio à presidenciável Dilma Rousseff (PT) em detrimento de José Serra (PSDB), decisão que acarretaria em uma terceira candidatura forte ao governo do Estado, com a senadora Marisa Serrano (PSDB) encabeçando a chapa. Se a nova via se concretizar, André pode perder votos e ter dificuldades ainda maiores em sua tentativa de reeleição. O presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer, estaria visando forçar artimanhas para apresentar à Justiça Eleitoral propostas de coligações idênticas nos Estados e nacional.

Com José Orcírio Miranda dos Santos (o Zeca do PT) de volta ao cenário e com a candidatura consolidada, um outro nome poderia deixar mais fácil a possibilidade de caminho para um segundo turno.

Coligar-se com PSDB, DEM e PPS – que formam o Bloco Democrático Reformista (BDR) – seria a solução para um embate quase único – segundo apontam pesquisas até o momento – contra Zeca.

Mas, como Temer, notoriamente precisa somente de uma formalização de seu partido nas convenções de junho para ser indicado a vice na chapa da ex-ministra-chefe da Casa Civil, as “rebeldias” nos Estados poderiam atrapalhar os planos em nível nacional dos peemedebistas.

Por conta deste contexto, Temer estaria criando situações para que dissidentes – André seria um deles – não conseguissem apoiar Serra.

O jornalista especializado em política, Josias de Souza, da Folha de S. Paulo, alertou para esta “retaliação” em seu blog na manhã desta sexta-feira (21).

De acordo com publicado por ele, Temer trava um “cabo-de-guerra” com os rebeldes. “Presidente da legenda, Temer tenta impedir que os diretórios estaduais sublevados façam campanha para o presidenciável tucano José Serra”, analisa.

“Foi avisado de que, se esticar a corda, pode eletrificar a convenção nacional. Algo que tisnaria [queimaria] e, no limite, até ameaçaria sua assunção [ato de assumir] a vice de Dilma”, conta.

Segundo o jornalista, a disputa local por aqui “empurrou Puccinelli para uma aliança com o PSDB de Serra”. “A despeito disso, o governador não cogitava criar problemas para Temer”, expõe.

Josias coloca o deputado federal e pré-candidato pelo PMDB ao Senado, Waldemir Moka, no meio da história. Ele teria avisado a Temer que “os ventos podem soprar noutra direção”, ou seja, que, por aqui, seria muito improvável aliança entre os arquirrivais PMDB e PT.

Moka teria dito que “as ameaças de retaliação podem convulsionar a convenção do PMDB federal”. Problemas para Temer, em outras palavras.

Clique na imagem para acessar a galeria

André nega que existirá vertizalização; governador esteve na Expo-MS nesta sexta
Foto: Deurico/Capital News

Jogada para obrigar apoio

Em nome de Temer, segundo o jornalista da Folha, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) encaminhara ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedido para “arrancar” da instituição uma resposta que reforce o entendimento de que o princípio da fidelidade partidária desautorize a infidelidade na campanha. Ou seja, que haja a obrigatoriedade de que, aliando-se nacionalmente ao PT, os PMDBs regionais fossem obrigados a seguir – ou, ao menos, não contrariar – a mesma decisão.

È o mesmo que dizer que os “rebeldes” estariam proibidos de pedir voto para Serra, ou subir em seu palanque. Fato que, levaria o BDR de Mato Grosso do Sul a lançar a candidatura de Marisa, para que um palanque a Serra seja garantido no Estado.

André reluta em posicionar-se, mesmo após várias vezes em que foi “colocado contra a parede” pelos aliados de longa data. Disse que falaria em março, mas calou-se. Afirmou que em abril falaria, mas, também não se pronunciou. Citou maio como mês em que poderia citar quem é seu preferido, mas, outra vez, preferiu manter sigilo. Fato é que, as convenções serão em junho e, até lá, o governador deve permanecer sem apontar se apoia Dilma ou Serra.


Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)

 

 Veja também:

 21/05/2010 - 13:00
  André nega possibilidade de verticalização em MS

Comente esta notícia


Colunistas LEIA MAIS