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Reportagem Especial Sábado, 09 de Dezembro de 2023, 08:17 - A | A

Sábado, 09 de Dezembro de 2023, 08h:17 - A | A

Reportagem Especial

As consequências de uma atitude não pensada

De janeiro a novembro de 2023, o Estado registrou mais de 1 mil novos casos de HIV

Renata Portela
Especial para o Capital News

Freepik

As consequências de uma atitude não pensada

Atualmente, são 10.180 pessoas vivendo com HIV em Mato Grosso do Sul

Uma atitude sem pensar que mudou toda a minha vida

“Uma atitude sem pensar que mudou toda a minha vida. Hoje eu consigo viver bem, mas sei que poderia viver melhor sem os medicamentos”, esse é o desabafo de um homem de 47 anos que há 28 convive com o vírus da Aids. Ele prefere não ser identificado, mas mesmo assim, nos contou um pouco da sua história, nós vamos chamá-lo de Pedro.

Achava camisinha bobagem, aí que dancei

O homem estava no auge da sua juventude quando contraiu o vírus da Aids. O Pedro nos contou que participava com frequência de festas, bebia muito e saía com muitas mulheres, o que ele, com apenas 19 anos não pensava era em se proteger de alguma doença.“Ah! Eu era muito saudável, achava camisinha bobagem, aí que dancei”, descreve.

Ele conta que foi numa dessas noitadas regadas a bebidas que ele saiu com uma mulher que havia conhecido naquela noite que contraiu o vírus. “Sei que foi ela que me passou, porque depois que descobri a procurei e ela desconversou, mas depois de muita insistência falou a verdade”. Desabafou. 

Pedro fala que o “seu mundo” desmoronou, que por duas vezes atentou contra a própria vida até buscar forças e entender que precisaria lidar com a nova realidade. Hoje há quase 30 anos convivendo com o vírus, toma 5 medicamentos, e tem uma vida normal, segundo ele é muito feliz. 

Sou feliz e tenho tudo o que necessito para viver

Casado, o homem trabalha, pratica esportes, só que prefere não revelar a identidade porque, segundo ele, ainda há muito preconceito em torno do assunto. “Sou feliz e tenho tudo o que necessito para viver”, finaliza. 

É importante destacar que ter a infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês) não é o mesmo que ter Aids, isso porque há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Segundo o Ministério da Saúde, a Aids é a doença causada pelo HIV que ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. 

Neste mês é celebrado o “Dezembro Vermelho” uma campanha nacional, instituída pela Lei nº 13.504/2017, que promove a prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis. 

Em Mato Grosso do Sul, segundo dados do SINAN (Sistema de Informações de Agravos de Notificação), entre os meses de janeiro e novembro de 2023, o Estado registrou 1.018 novos casos de HIV/Aids. Atualmente, são 10.180 pessoas vivendo com HIV, diagnosticadas e vinculadas, em Mato Grosso do Sul. 

No que se refere a distribuição de testes rápidos a Secretaria de Estado de Saúde distribuiu 120,2 mil testes rápidos e 3,7 milhões de camisinhas a todas as unidades de saúde dos municípios, com exceção de Campo Grande. 

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As consequências de uma atitude não pensada

A SES distribuiu 120,2 mil testes rápidos e 3,7 milhões de camisinhas a todas as unidades de saúde dos municípios

Caso o paciente descubra que tem HIV

Caso uma pessoa suspeite que tenha contraído o vírus da Aids deve procurar um infectologista imediatamente para começar o esquema de tratamento retroviral. Quem for diagnosticado com HIV têm direito a iniciar o tratamento com antirretrovirais a fim de preservar o sistema imunológico, estes são distribuídos gratuitamente pelo SUS. 

Medicação antirretroviral Pré-Exposição (PreP/HIV)

A medicação, oferecida gratuitamente em hospitais públicos, consiste na tomada diária de um comprimido que permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o vírus. Em Mato Grosso do Sul Estado este ano foram registrados 1.978 usuários de PEP (Profilaxia Pós-Exposição) e 1.444 pessoas com, pelo menos, uma retirada de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição). 

Vida sexual exposta a riscos

Para aqueles que tem o hábito de ter relações sexuais sem preservativo, o teste de HIV é fundamental para o diagnóstico precoce do vírus. O uso do preservativo é indispensável no quesito prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.

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