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O sangue do santo

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 15 de fev. de 2023

 

Como é uma revolução? Bem, o episódio começa com uma cena brutal de execuções consecutivas. A Resistência de Kansas City tortura brutalmente os agentes do FEDRA antes de matá-los. Como numa catarse que busca expurgar aquele mal, a Resistência enche a rua de sangue e corpos mortos torturados, dilacerados, enforcados, alvejados. A pretensa libertação dos oprimidos geralmente se torna isso, um mar de sangue em nome da paz. Leszek Kołakowski, em O Espírito Revolucionário: “O conceito marxista de ‘Revolução’ significa, como se sabe, o ato pelo qual a dominação de uma classe é transferida com violência para outra.”

 

Essa revolução, no entanto, tem uma história. Enquanto rumam para sua fuga, descobrimos que Kathleen está atrás de Henry por vingança. Ele entregou Michael, irmão de Kathleen, para o FEDRA em troca de remédios para cuidar da Leucemia de Sam. Quem era Michael? Aos olhos de Henry, um grande homem. Aquele tipo de pessoa que tem o poder de inspirar outras pessoas a segui-lo. Uma pessoa boa. Talvez Michael tenha sido o coração da Resistência. Aquele que os uniu e os fez resistir. Com sua morte, Kathleen assume a liderança e as coisas mudam: “Houve um homem. Um grande homem. Ele nunca sentia medo. Não era egoísta. Ele sempre perdoava. Já conheceu alguém assim, do tipo que você seguiria para qualquer lugar? Eu queria segui-lo”.

O fim do episódio 5 de The Last Of Us é um espelho do episódio 3. Quando Bill perde Frank, ele decide morrer junto. Quando Henry perde Sam, ele decide morrer junto. O suicídio que parece bonito no episódio 3 é aterrador no episódio 5. Mas não deixe a estética mentir para você: o suicídio é terrível nos dois casos.


Ellie tem medo de acabar sozinha, e ela acaba sozinha. Ela perdeu o único amigo que conseguiu naquele apocalipse. Ela não conseguiu salvar o amigo, porque só Jesus pode dizer "meu sangue é remédio".


Mas naquele mundo de infectados, infelizmente Cristo não aparece como cura. Não há cruzes nos túmulos de Henry e Sam. E conforme Ellie caminha da direita para esquerda, no contra-fluxo do natural, vemos o letreiro do hotel de beira de estrada no formato que nos remete a uma cruz, mas já consumida pelo tempo, esquecida pelos homens, destruída naquele mundo de doentes.

 

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 Artigo de responsabilidade do autor

 

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