Laudos não apontam causa da morte de Marielly e polícia direciona investigações para Sidrolândia

Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A Polícia Civil direcionará as investigações sobre a morte da jovem Marielly Rodrigues Barbosa, 19 anos, para o município de Sidrolândia, na busca do possível lugar onde a jovem teria cometido o aborto. Em coletiva realizada nesta terça-feira, a Polícia Civil, o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) e o Instituto de Criminalística Hercílio Macellaro (ICHM) apresentaram as conclusões dos exames sobre a morte da jovem e o andamento das investigações sobre o crime.

Segundo o médico legista do Imol, Ronaldo Rosa, não foi possível determinar as causas da morte da jovem devido ao estado avançado de decomposição do corpo. “Após recebermos o corpo, detectamos um estado de esqueletização e mumificação. Não havia mais vísceras ou órgãos preservados e muito menos fraturas na estrutura óssea, o que dificultou chegar a conclusão da causa da morte da jovem.” disse o médico. “Tomamos conhecimento da gravidez da Marielly com os exames de gravidez repassados pela polícia. Com a prova de que a jovem estava grávida, partimos por duas hipóteses, ou o período da gestação era inferior a 16 semanas, que é o período de formações óssea do feto, ou a jovem já havia cometido o aborto antes de morrer. Se há alguma confirmação da causa da morte da jovem, esta informação parte das linhas de investigações da polícia” afirmou Ronaldo.

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Foto: Deurico/Capital News

Já o perito criminal Fabiano Delfino Moreira, responsável pela análise do local onde o corpo da jovem foi encontrado, afirmou que Marielly foi morta em outro local e confirmou indícios de sangramento. “Nas roupas e no cabelo encontramos carrapichos, que é um tipo de vegetação que não corresponde ao local onde o corpo foi encontrado. Fizemos buscas pelo local e não encontramos traços de projéteis, mas encontramos uma mancha característica de sangue, o que indica um sangramento com a vítima em pé.” De acordo com o perito, o corpo da jovem havia sido deixado no canavial há aproximadamente 21 dias.

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Foto: Deurico/Capital News

Para o delegado Fabiano Goes Nagata, da Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios (DEH) e responsável pelo caso, as investigações partem para o município de Sidrolândia, já que há indícios de que a jovem teria saído de casa para cometer o aborto no município. “Não sabemos como ela foi para Sidrlândia, mas temos indícios de que a Marielly foi ao município em busca do aborto.” Disse o delegado. Além do local, as investigações partem para cima do pai da criança que Marielly esperava, porém o delegado evita estender sobre o assunto. “Todas as informações estão sendo investigadas e ouvidas, mas ainda não podemos falar em um suspeito concreto” afirmou.

O delegado também confirmou que por enquanto o namorado de Marielly não pode ser considerado um suspeito pelo fato do namoro ter começado um mês antes do desaparecimento da jovem. Segundo o delegado, a polícia trabalha na hipótese de que a jovem já estava grávida há três ou quatro meses. O ex-patrão da jovem também está descartado como suspeito.

Questionado sobre a suspeita cair em cima do cunhado de Marielly, considerado uma pessoa próxima da jovem, o delegado também não estende o assunto. “Estamos investigando está hipótese desde o início, mas até o momento ele foi ouvido como familiar, mas nada impede de que seja ouvido novamente no decorrer das investigações. Ele era uma pessoa considerada próxima da Marielly, como se fosse um pai. Não podemos afirmar nada em relação á suspeita para que a investigação não seja prejudicada.” concluiu o delegado.

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