A reunião que iria definir até o final desta tarde (13) o destino dos índios terenas e dos proprietários da fazenda Buriti terminou sem respostas concretas.
Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o impasse deve ser solucionado até o final do ano, mas não há valores definidos para as indenizações. Produtores e indígenas voltam a discutir no próximo dia 27 de agosto em Brasília (DF) os termos para o acordo que selará a paz em Mato Grosso do Sul.
Conforme o ministro, o governo federal já decidiu que as indenizações aos produtores de terras consideradas indígenas serão pagas em TDAs (Títulos da Dívida Agrária) para o governo do Estado por meio do Fepati (Fundo Estadual para Aquisição de Terras Indígenas).
O advogado dos índios da etnia Terena, Luiz Henrique Eloy, afirmou que a presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria Augusta Boulitreau Assirati disse que após o dia 27, o grupo de trabalho terá 60 dias para avaliar as terras da fazenda Buriti em Sidrolândia e dar prosseguimentos aos trabalhos.
Outras áreas indígenas já começarão a ser discutidas. Eloy explicou que terras Terenas e Guarani-Kaiowas serão discutidas simultaneamente de acordo com uma lista de prioridades.
Para os Terenas, as prioridades são as terras da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, depois da aldeia Ipegue, em Aquidauana e por último as terras da aldeia Cachoeirinha (retomada Mãe Terra), em Miranda.
Os Guaranis reivindicam terras Potrero Guassu, em Paranhos, Icatu, em Iguatemi e Nhanderu Marangatu, em Antônio João, terra conhecida pelo líder indígena Marçal de Souza, assassinado por conta dos conflitos com fazendeiros.