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Cotidiano Sexta-feira, 09 de Abril de 2010, 16:11 - A | A

Sexta-feira, 09 de Abril de 2010, 16h:11 - A | A

Ex-funcionárias da clínica de aborto são condenadas

Ana Maria Assis e Jefferson Gonçalves- Capital News

Os jurados decidiram condenar as ex-funcionárias da clínica de aborto da médica Neide Mota Machado, fechada em 2007. Ela foi encontrada morta ano passado, suas ex-servidoras Simone Aparecida Cantagessi de Souza (psicóloga), Libertina de Jesus Centurion, Rosângela de Almeida e Maria Nelma de Souza (enfermeiras) respondiam por 25 abortos. As penas variam de 1,5 ano a 7 anos.

No julgamento desta sexta-feira (9), elas foram absolvidas de 11 acusações, mas, pelas outras foram assim condenadas: Simone, a 6 anos e 6 meses de prisão em regime semiaberto; Maria Nelma, 4 anos em regime aberto; Rosângela, a 7 anos em semiaberto; e Libertina a 1 ano e 6 meses de aberto.

Foram dois dias de julgamento e, na tarde desta sexta-feira (9), assim que o juiz leu a sentença, o marido de Simone – que estava na sala – levantou-se o interrompendo. Com lágrimas nos olhos, ele dizia: “Achei que a Justiça ia fazer um bom trabalho.” Muito nervoso, ele preferiu não conversar com a imprensa.

O advogado de defesa das quatro acusadas, Renê Siufi, pretende recorrer da decisão. Ele apresentou o entendimento de que o que Simone fazia na clínica foi “muito exacerbado”, pois, segundo ele, a psicóloga “só orientava as pacientes dos perigos que abortos ocasionavam”.

“Vou recorrer da decisão e vou pedir a redução das penas. A minha intenção não é cancelar o júri, é apenas pedir a redução das penas. Vou tentar reduzir a maior pena de um terço a um sexto”, relata Siufi.

Ele complementa, afirmando que o caso trata-se de um julgamento “hipócrita”. “Todo mundo sabia da existência da clínica, médicos, enfermeiras. Acho injusto colocar a culpa só nas quatro. Foi um julgamento hipócrita, gerado pela mídia. Foi um caso de muita polêmica porque teve muita divulgação na mídia. Isso provocou comoção exacerbada.”

Para Douglas Santos, o promotor, foi um “trabalho muito bem direcionado, mas que se perdeu nas condenações”. Ele lembra que dos 25 abortos, elas foram liberadas de 11, com pedido da promotoria, inclusive.

Por: Marcelo Eduardo e Jefferson Gonçalves – (www.capitalnews.com.br)

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