Os pelo menos 350 sem-terra que estão acampados desde ás 8 horas na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) estão reunidos com o superintende do órgão Valdir Cipriano, no auditório da instituição. Os sem-terra são ligados à Federação de Agricultura Familiar (FAF/Fetraf).O grupo pede celeridade nas atuações do órgão que segundo a direção da entidade estão “travadas”. “Estamos buscando recursos para ser feito os pagamentos da assistência técnica, habitação de campo, lutas por terras”, segundo o coordenador da Federação da Agricultura, Joselino da Silva.
A mobilização da entidade é nacional e diversos estados mantém atividades. Em Brasília, um grupo se reúne agora pela manhã com o ministro do desenvolvimento agrário, Guilherme Cassel, para apresentar as reivindicações e possíveis acordos.
Os atos fazem parte da Jornada Nacional de Luta da Agricultura Familiar e não está ligada ao movimento Abril Vermleho, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Este mês, é comemorado o Dia Nacional da Luta pela Reforma Agrária, instituído por decreto, e por conta disso, diversos segmentos dos sem terra realizam ações.
Na semana passada, membros da Federação dos Trabalhadores em Agricultura de MS (Fetagri) fecharam oito trechos de rodovias no Estado. Já o MST mantém ocupação da Fazenda Primavera, em Batayporã, desde o dia 16 de abril.
Grupo pede mais terras, crédito e infraestrutura
A pauta de reivindicações dos trabalhadores sem terra ligados à Federação de Agricultura Familiar (FAF/Fetraf) que ocupam nesta manhã de terça-feira (27) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Campo Grande inclui três pontos principais: assentar as famílias que vivem às margens das rodovias, mais crédito para as famílias já assentadas e mais infraestrutura nos assentamentos.
O líder do movimento, José Lino da Silva explica que são cerca de mil famílias que ainda esperam uma terra para que possam produzir e segundo ele, “há terra para todos, mas não são distribuídas. Centenas de famílias estão nas BRs, sendo que tem terra para todo mundo”, afirma.
Ele ainda diz que um dos maiores problemas enfrentados pelas famílias da FAF já assentadas é a dificuldade em conseguir linhas de crédito para que possam plantar. José Lino afirma que as famílias possuem as terras, mas ficam impossibilitadas de trabalhar nela. “Daí o pessoal diz que sem terra é tudo vagabundo, mas sem recursos, como vamos trabalhar?”, questionou.
A outra forte reivindicação do grupo é quanto a infraestrutura dos assentamentos. Muitas das famílias que estão assentadas ainda moram em barracos de lona e madeira e eles pedem construção de moradias “dignas”. “Falta águam, luz e até o transporte é problemático: a escola das crianças fica a 40 quilômetros e não tem ônibus”, explica.
Os trabalhos foram paralisados na sede, já que os manifestantes ocuparam todos os locais, inclusive as mesas dos funcionários. Em outra sala, manifestantes assistem á televisão.
Por: Eduardo Penedo,Lucia Morel e Nadia Nadalon (www.capitalnews.com.br)
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