Considerado por muitos como um dos programas televisivos de maior sucesso na atualidade, vencedor de diversos prêmios, o "Custe o Que Custar" (CQC), da Rede Bandeirantes, teve participação especial de parlamentar de Mato Grosso do Sul, em plena edição de número cem da atração que vai ao ar nas noites de segunda-feira.
Como de costume, um membro do grupo de jornalistas vestidos com ternos e gravatas pretos foi ao Congresso. Eles atormentam a vida dos deputados e senadores porque geralmente os deixam constrangidos quando expõe as falhas das funções que deveriam desempenhar em prol da sociedade que os elegeu.
Ontem (14), no centésimo programa, Mônica Iozzi – a mais nova da trupe do CQC – era a responsável por uma matéria que tratava da atenção e descaso dos deputados quando o assunto é assinar documento sem ler.
Uma atriz foi contratada pela emissora para recolher assinaturas para um projeto de lei de um fictício deputado federal, Chico Bezerra. O projeto? Incluir um litro de cachaça na cesta básica do brasileiro.
É corriqueiro o recolhimento de assinaturas dos parlamentares para forçar a votação de um projeto, um abaixo assinado. Serviço que se chama lobby – aliás, atuação ainda não legalizada no País.
Lá vai a atriz catar as assinaturas e eis que, dentre diversos deputados, um dos que assinam é Nelson Trad (PMDB) – pai do prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho e um dos nomes mais tradicionais da política sul-mato-grossense.
Assim que Mônica o abordou para saber o motivo pelo qual assinara o projeto sem ler, ele primeiro tentou retirar o microfone da jornalista. Depois, empurrou câmera e ela. No final, quando indagado se não iria se posicionar sobre o assunto, soltou um palavrão: “Fo...”
Trad passou por problemas de saúde graves e esteve interno algumas vezes nestes meses mais recentes. Passou por certa conturbação política também sendo sondado a contragosto pelo atual vice-governador Murilo Zauith (DEM) que o queria para suplente em sua tentativa de chegar ao Senado. Ou seja, o parlamentar passou por tempos ruins.
Como em TV o tempo é escasso, não há como saber em que contexto a conversa começou, mas, aparentemente, tudo durou pouco, já que o início da abordagem que aparece no vídeo já é com a impaciência do parlamentar.
No começo da noite de ontem – ainda antes do programa ir ao ar – o time do CQC postou uma nota no site da equipe: “Equipe do `CQC’ é agredida por deputado em Brasília”.
Embora não apareça na imagem, no texto, há informação de que a vestimenta do cinegrafista foi danificada. “A roupa de um cinegrafista ficou rasgada e parte do equipamento danificado. Além disso, Monica Iozzi também chegou a ser empurrada. Delicado, não é mesmo?”
É de MS
Geralmente confundidos com mato-grossenses os sul-mato-grossenses já se acostumaram em corrigir as pessoas que parecem desconhecer o mapa político do Brasil: “Mato Grosso DO SUL.”
Quando os apresentadores do CQC, Marcelo Tas, Rafinha Bastos e Maco Luque, falaram de onde era Nelson Trad, não erraram. “O digníssimo deputado do PMDB do Mato Grosso do Sul.”
Advogado, Trad está em seu quinto mandato representando o Estado na Câmara dos Deputados Federais. Participou das legislaturas 1991/1995, 1995/1999, 1999/2003, 2003/2007 e, agora, 2007/2011.
Confira o vídeo veiculado pelo CQC
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)
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15/06/2010 - 09:54
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Marcelo Lima farias 20/06/2010
Que vergonha nosso deputado federal fazer uma coisa dessa.... Povo do MS vamos pensar muito bem antes de votar.. Que vergonha nosso representante..
Wagner Graces 17/06/2010
Será que ele assina tudo sem ler?? Vou levar algo que realmente tenha valor pra ele assinar, por exemplo a transferencia das proporiedades deles pra mim, quero ver se ele pelo menos não vai dar uma lidinha! O negócio é que tudo que eles fazem no congresso para eles não tem valor algum! A não ser que seja um aumento salarial para os próprios. Parabéns ao CQC tem posto as claras muitas situações, ainda que de modo até um tanto diferente.
Tiago Ribeiro 15/06/2010
Vergonha para o Estado ter um Deputado como esse!!!!!! Senti vergonha ontem de ser sulmatogrossense, ainda mais por alguem que deveria estar lá para dar exemplos e honrar o Estado.Pior é que tem gente que ainda vota nesse cara,vergonha pros filhos e neta dele tbem com certeza.Parabéns Capital News pela matéria,mostrando que não tem rabo preso com ninguém como outros veículos do Estado.
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