“Muito feliz e animada”. É assim que a atual vice-reitora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Camila Ítalo, descreve o momento no qual foi escolhida em uma lista tríplice, para assumir o lugar do atual reitor Marcelo Turine, com quem trabalhou por oito anos. “Vejo com muita alegria esse momento que teve a aprovação da comunidade universitária. Haviam três professores e foi feita essa escolha”, pontuou. Camila esteve na manhã desta terça-feira (4) em entrevista ao programa Rádio Livre, da FM 104,7, Rede E.
Ela destaca o período que esteve ao lado de Turine como um momento muito importante pois ele, com sua experiência e enquanto presidente da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul) e uma visão de abertura da universidade e de entender que “não somos fechados em nós mesmos, estamos a disposição de todos”, afirmou.
Em seu desejo de continuar acrescendo à universidade em qualidade, atendimento, e em todas as ações que faz no ensino e pesquisa e extensão, a futura reitora nomeada recentemente pelo governo federal, lembra que a UFMS tem o serviço educacional, que é o serviço principal com a formação de jovens tanto na graduação, quanto no mestrado e doutorado, mas também precisa estar cada vez mais à serviço da sociedade, não apenas para o ensino. “Que nossos laboratórios estejam a serviço da sociedade e que as ações de extensão recebam as escolas, fazendo ações de extensão da saúde, na parte de formação de professores em todas as áreas do conhecimento”, afirmou.
Rogério Medeiros/FM 104,7
Camila Ítalo
Camila destaca que a atual gestão trouxe parcerias que fizeram com que a universidade saltasse de 18 mil alunos em 2026 para mais de 40 mil nos dez campus em que está presentes. Além disso, em uma avaliação do MEC (Ministério da Educação) das instituições, em uma escala que vai de 1 a 5, sendo 5 o conceito máximo, a universidade federal em 2016 tinha nota 3 na educação presencial e 4 na educação à distância. Esse conceito hoje é de 5 para ambas as modalidades de ensino, o que elevou a UFMS, a nota máxima, consagrando-a como Universidade Nota 10.
“Para que todos possam entender o tamanho disso, somos 69 universidades federais em todo o Brasil. Destas, somente onze têm esse conceito”, explicou durante a entrevista. Camila, que deve assumir a reitoria nos próximos dois meses, lembra que a intenção é crescer ainda mais em qualidade e inovação no ensino, pensando que temos profissões e um mercado de trabalho diferentes, com trabalhos que nem existiam “e que a gente tem que entender, enquanto universidade, que temos uma geração diferente, mais contactada, e gente precisa oportunizar a aprendizagem de uma maneira diferente também.
Sobre como ter saído de 18 mil estudantes para os mais de 40 mil, Camila lembra que foi preciso modificar horários de cursos e ofertas, de modo a trazer para dentro da universidade pessoas que não acreditavam que seria possível cursar.
“Essa é a grande conexão. Hoje temos laboratórios que servem como setor de desenvolvimento de novos produtos para empresas da bioeconomia e isso é desenvolvimento econômico para o Estado e que se reflete no desenvolvimento social”, afirmou a vice-reitora.
Segundo ela, temos uma atuação muito forte na formação de professores e podemos aprimorar de forma a impactar positivamente a educação básica, o que é desenvolvimento social e fortalecimento.
“Em todo e qualquer país desenvolvido, e a gente pensa no nosso Estado que é próspero, digital, verde e inclusivo, a gente tem que confiar nas universidades e tem que ter as universidades como grandes parceiras, o farol para iluminar esses desafios”, completou.
Rogério Medeiros/FM 104,7
Camila Ítalo
Sobre os marcos em sua atuação junto a Turine, ela destaca a criação da pró-reitoria de assuntos estudantis, preocupada especificamente com a vida dos alunos e para isso, a criação de políticas voltadas ao interesse deles, com a ampliação da rede de restaurantes universitários, que agora também contempla cidades como Aquidauana, Corumbá, além de Campo Grande e Três Lagoas, a rede de cuidado com serviço social, psicologia e auxílios estudantis para os mais vulneráveis.
Camila também falou sobre a importância das parcerias com o governo federal, estadual e até municipal, mesmo com o orçamento que as vezes não acompanha, mas com projetos muito bons para a comunidade acadêmica.
Em sua fala, ela destacou ainda a implementação do primeiro Parque Científico de Mato Grosso do Sul, com visitação aberta, onde as crianças aprendem brincando sobre ciência, tecnologia e inovações, em vinte monumentos, um espaço livre para a entrada e que fica na Esplanada do Morenão, setor 1 da universidade.
Ela finaliza a entrevista falando dos pilares estratégicos elencados para sua gestão que é trabalhar com inovação dentro da universidade, não apenas a tecnológica, mas também social do ensino e em processos de gestão, acessibilidade e inclusão, algo que ela considera muito importante para ampliar a conexão com a sociedade.
“Sou professora, sou egressa na universidade e como mulher, queremos uma UFMS cada vez mais humanizada, reforçando a grande força das relações pessoais, humanas, do olhar atento, porque o nosso maior tesouro são as pessoas, então que as pessoas estejam animadas, imbuídas do mesmo objetivo é o que a gente quer despertar, nas crianças e nos jovens, que nossos alunos tenham brilho nos olhos e que a instituição possa resgatar isso, por mais adversidades que existam”, finalizou.
Rádio Livre - 04/09/2024
