Campo Grande 00:00:00 Sexta-feira, 21 de Março de 2025


Geral Sexta-feira, 21 de Março de 2025, 13:06 - A | A

Sexta-feira, 21 de Março de 2025, 13h:06 - A | A

Desafios

Líderes indígenas de Mato Grosso do Sul se reúnem para defender direitos e territórios

Reunião na Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica, em MS, reforça a resistência contra retrocessos e reivindica a revisão das demarcações de terras e o respeito à Constituição

Viviane Freitas
Capital News

Entre os dias 18 e 20 de março, lideranças de 24 povos indígenas se reuniram na Terra Indígena Panambi – Lagoa Rica, em Douradina, MS, para discutir os desafios enfrentados por suas comunidades. O encontro teve como foco a luta contra os ataques aos direitos indígenas e a busca por estratégias para combater os retrocessos em curso, especialmente em relação à revisão das demarcações de terras e à ameaça do marco temporal.

Durante o encontro, os líderes indígenas de 14 estados assinaram um pacto de luta, anunciando uma grande mobilização em Brasília. Eles destacaram a importância de garantir o respeito aos direitos constitucionais dos povos indígenas, incluindo a proteção de seus territórios e a revisão dos recursos federais destinados à demarcação de terras. A carta de compromisso reforçou a união das lideranças e a determinação de resistir às tentativas de retrocesso.

Os participantes também se posicionaram contra a mesa de conciliação criada pelo STF sobre a lei do marco temporal, que é vista como uma ameaça à existência dos povos indígenas. As lideranças exigiram a retirada do Ministério dos Povos Indígenas e da Funai dessa mesa, considerando-a uma tentativa de negociar seus direitos. Elas denunciaram ainda as propostas de compra de terras e negociações que desrespeitam o rito constitucional de demarcação.

O encontro aconteceu no tekoha Ita’y, território que foi palco de um massacre contra os povos Guarani e Kaiowá em 2024. Apesar da violência sofrida, os indígenas conseguiram consolidar a posse de sete retomadas no interior da Terra Indígena. As lideranças destacaram que a luta pela justiça e pelos direitos territoriais continuará, com solidariedade e resistência contra a opressão.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS