Campo Grande Terça-feira, 02 de Julho de 2024


Geral Domingo, 30 de Junho de 2024, 15:35 - A | A

Domingo, 30 de Junho de 2024, 15h:35 - A | A

Acolhimento

Projeto “Estrela Branca” transforma a vida após o “60+” em Campo Grande

Iniciativa surgiu há nove anos e conta com apoio do governo do Estado

Layane Costa
Capital News

Projeto social "Estrela Branca" há nove anos atua no acolhimento e ensinamento para aquelas pessoas que tem 60 anos ou mais, em Campo Grande. A iniciativa que conta com apoio do governo de Mato Grosso do Sul surgiu da parceria entre dois amigos no bairro Moreninha, região sul da Capital.

“Eu passo minhas dificuldades, mas eu sou uma pessoa muito expansiva. Eu gosto de demonstrar, não gosto de guardar nada para dentro. Aqui eu fico uma pessoa bem solta, bem leve, tenho muitas amizades, a turma é muito boa”, disse a dona Lúcia Maria Nunes de Lima, de 73 anos.

Em muitos idosos os voluntários percebem sentimentos de abandono, rejeição e isolamento. O grupo estabelece um vínculo, por isso a definição do lugar como uma "segunda família". A troca de emoções leva ao apoio emocional. O cuidado com a saúde mental é prioridade.

“Eles trazem para dentro do grupo perda de filhos, de marido e a gente tenta trabalhar isso com acolhimento, um abraço que seja. Tudo isso acaba sendo um suporte muito necessário. Teve uma idosa que perdeu a filha e veio aqui para associação, quis dar um abraço em todos nós. Falou que agora não tem a filha, mas ainda tem a gente para dar apoio, um suporte, uma segurança. Naquele dia nosso coraçãozinho ficou quentinho. Foi muito bom pra ela porque foi abraçada, sentiu-se muito bem acolhida e pra gente também ao vermos o quanto é importante nosso trabalho na vida deles”, conta Rafaela de Oliveira da Silva, psicóloga.

Além da sede na Moreninha I, o projeto faz atendimentos nos bairros Paulo Coelho Machado, Jardim Los Angeles, Aero Rancho e Homex. As atividades vão desde distribuição de alimentos até aulas de futebol para crianças. Ao todo são em torno de 6 mil pessoas beneficiadas por ano.

Tudo começou com a parceria entre dois amigos. O atual coordenador Gilson Natis é um deles. Trabalhava com um grupo de jovens de famílias de baixa renda e o amigo dele, dono de um mercado chamado Estrela, fazia doações de alimentos para ajudar a comunidade. Daí surgiu a ideia de criar uma Organização da Sociedade Civil. E a palavra “branca” no nome vem de algo que não tem envolvimento com questões políticas.

“Todo ser humano, independente de religião, tem que ser útil para alguma coisa. Tem que ter um propósito na vida e nós começamos pequenininhos. Nosso objetivo aqui era doar um sacolão por semana, pegar uma cadeira de rodas de alguém e emprestar para outro. Hoje nós somos um complexo. Isso deixa a gente muito feliz”, ressalta.

“Quando a gente executa um trabalho como esse diminui lá no posto de saúde. Diminui a depressão, a ansiedade que é a porta para muitas outras doenças. Você fazendo o atendimento psicológico, dando uma motivação aos assistidos pela ONG, eles vão ter menos casos de doença, de depressão. Vão diminuir a fila do remédio”, detalha.

“O Governo do Estado vem dando incentivo financeiro e até estrutural para algumas organizações. É um dinheiro bem investido. O chamamento público do ano passado foi de R$ 4,5 milhões para 54 organizações. Temos emendas parlamentares, são cerca de 85 entidades beneficiadas por emendas. Este ano pretendemos estender isso para mais de 70 organizações beneficiadas com recurso público”, diz José Henrique de Andrea Denis, superintendente do Terceiro Setor na Sead.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS