Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2024, Mato Grosso do Sul registrou 13.041 focos de calor, quase três vezes mais que em 2023, quando foram registrados 4.529 focos. O número de hectares queimados também aumentou drasticamente, com 2.081.300 hectares consumidos pelo fogo, em comparação com 750.125 hectares no ano anterior. Os dados foram fornecidos pelo Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), que divulgou o levantamento completo nesta sexta-feira (31).
O bioma mais atingido foi o Pantanal, com uma devastação de 1.628.225 hectares, um aumento de 3,12 vezes em relação aos 520.825 hectares queimados em 2023. O Cerrado e a Mata Atlântica também sofreram grandes impactos, com a área queimada no Cerrado dobrando de 229.300 hectares em 2023 para 453.075 hectares em 2024. Além disso, o número de focos de calor no bioma mais que dobrou, subindo de 1.620 para 3.858.
O aumento no número de incêndios também impactou o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS), que registrou um crescimento de 22,94% nas ocorrências atendidas, passando de 4.508 para 5.542. Para combater os incêndios, 1.752 bombeiros utilizaram 105 viaturas, 15 embarcações e 3 aeronaves em suas operações.
A falta de chuvas foi um dos principais fatores que contribuíram para a propagação dos focos de incêndio. De acordo com o boletim, 17 municípios monitorados apresentaram déficit de chuvas, com exceção de Bataguassu, que registrou uma chuva acima da média. Áreas protegidas, como Unidades de Conservação e terras indígenas, também foram fortemente afetadas, com um aumento de 450,9% na área queimada em terras indígenas, saltando de 62.525 hectares para 344.450 hectares.