O rio Paraguai atingiu um marco significativo no sábado (28), ao registrar 1,10 metro na régua da estação de Ladário, conforme dados do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, do 6° Distrito Naval da Marinha. Este é o maior nível para o período em cinco anos, superando os 1,05 metro registrados na mesma data em 2019.
A recuperação é ainda mais emblemática considerando que o rio enfrentou a maior seca de sua história em outubro deste ano, quando chegou a medir -69 centímetros na régua de Ladário, que monitora o rio desde 1900.
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o aumento do nível do rio ultrapassa expectativas. O último boletim do órgão, de 26 de dezembro, indicava que o rio deveria permanecer abaixo de 1 metro até a primeira quinzena de janeiro de 2025. "A régua de Ladário aponta que o rio Paraguai atingiu a zona de normalidade e tendência de elevação", afirma o boletim.
Nesta segunda-feira (30), o nível subiu mais dois centímetros, alcançando 1,12 metro. A elevação reforça a possibilidade de um novo ciclo hidrológico na bacia, fundamental para o bioma Pantanal.
A estação de Ladário é considerada referência para avaliar a cheia e seca na região. A maior cheia do século passado foi registrada em abril de 1988, com o rio atingindo 6,64 metros. Para ser considerada "cheia", o nível precisa chegar a pelo menos 4 metros. Níveis entre 4 e 5 metros caracterizam "cheia pequena"; entre 5 e 6 metros, "cheia normal"; e acima disso, "cheia grande" ou "super cheia".
Os dados mais recentes reacendem esperanças de recuperação ecológica e econômica na região, que sofreu impactos severos durante o período crítico de seca.