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Cotidiano Segunda-feira, 12 de Dezembro de 2016, 09:51 - A | A

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Clonagem

Quadrilha usou chassis de viaturas de MS para esquentar camionetes roubadas

O esquema criminoso para esquentar carros e caminhões roubados foi revelado em reportagem veiculada ontem pelo Fantástico, da Rede Globo

Michel Faustino
Capital News

Reprodução/Fantástico-TVGLOBO

Clones

Veículos destinados as forças de segurança de MS clonados

Viaturas zero quilometro que poderiam reforçar as forças de segurança de Mato Grosso do Sul estão paradas em um dos galpões do Governo do Estado, sem poder rodar... o motivo ?: Os veículos foram clonados e tiveram os chassis utilizados para esquentar veículos roubados e por questões burocráticas não podem ser emplacados. O esquema foi revelado em reportagem exibida na noite de ontem (11) pelo Fantástico, da Rede Globo.

O esquema foi descoberto pela Policia Civil do Rio Grande do Sul, que na semana passada, realizou uma operação em 15 cidades, na qual foram presas 13 pessoas e apreendidos 26 caminhões clonados.

Para legalizar veículos roubados, os bandidos clonavam os números de chassis de veículos zero quilômetro usando informações a que apenas autoridades deveriam ter acesso. Até caminhões do Exército Brasileiro estariam sendo usados no golpe.

Reprodução/Fantástico-TVGLOBO

Clones

Veículos destinados as forças de segurança de MS clonados

Ouvido pela reportagem do Fantástico, o secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa, revelou que sete viaturas adquiridas pelo Ministério da Justiça, através de convênio com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, estão nesta situação e impedidas de rodar.

O secretário reforça que, com a identidade do veículo violada, não é possível fazer o emplacamento do mesmo o que, por consequência, impede que as viaturas utilizadas.

Fraudes
O esquema de clonagem era praticado em ao menos 11 estados, usando veículos que eram exportados e zero quilômetro, destinados ao mercado interno.
Uma apuração interna realizada pela montadora Toyota descobriu a existência de clones de uma frota de 564 caminhonetes Hilux, que sequer tinham sido emplacadas.

Investigação
A investigação teve início com uma apuração solitária realizada por um agricultor de São Lourenço do Sul, cidade localizada ao Sul do estado gaúcho, após o roubo de seu caminhão na ERS-118, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Ele buscou informações em postos de combustíveis e ouviu colegas motoristas, até descobrir um galpão no interior da cidade de Canguçu, também no Sul. É lá que estava o veículo roubado.
Com a informação, a polícia passou a investigar o suspeito pelo envolvimento no furto. Ingo Ramson Abraham, conhecido como Tio Pipa, é dono de uma loja de caminhões localizada na cidade de Pelotas. Ele foi uma das pessoas presas na operação realizada pela polícia na semana passada, juntamente com a mulher e um funcionário. Ele, porém, negou as acusações.

Ingo teria negociado a maioria dos 50 caminhões clonados que rodam no Rio Grande do Sul. No entanto, a estimativa é que o número total de clones rodando pelo Brasil chegue a 1 mil veículos.
A suspeita de que o vazamento dos dados pode estar ocorrendo a partir do banco de dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

Por meio de nota, o Denatran afirma não existir evidências de que possa ser o foco do vazamento, uma vez que os Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito) e montadoras também teriam acesso à base de dados.

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