A Rota Bioceânica, que conectará o Brasil ao Chile passando pelo Paraguai e Argentina, está avançando com a execução de seus trechos. O último segmento ainda sem pavimentação, que compreende 224,8 quilômetros entre Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, no Paraguai, alcançou 16% de conclusão. Essa obra está sendo realizada pelo Ministério de Obras Públicas e Comunicações (MOPC) do Paraguai, e envolve atividades como manutenção de estradas de serviço, limpeza, desmatamento, construção de cercas e fornecimento de água potável para comunidades indígenas da região. O investimento total é de US$ 354,2 milhões, com recursos do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).
O projeto conta com mais de 1.000 trabalhadores diretamente envolvidos, e estima-se que beneficiará 225 mil pessoas de forma indireta quando concluído. O cronograma da obra foi iniciado em agosto de 2024, e sua conclusão é aguardada com expectativa, pois faz parte de um importante corredor logístico internacional que integrará quatro países da América do Sul.
Uma das principais obras da Rota Bioceânica é a construção da Ponte da Bioceânica, que ligará Carmelo Peralta, no Paraguai, a Porto Murtinho, no Brasil. A ponte já apresenta 63,91% de execução e deve ser concluída até março de 2026. Com 1.294 metros de extensão, sendo 632 metros de vão estaiado sobre o rio Paraguai, a estrutura terá pilares principais de 130 metros de altura. O custo da obra é de R$ 575,5 milhões, e a construção está sendo realizada pela administração paraguaia da Itaipu Binacional. A próxima fase do projeto envolve a montagem das aduelas, componentes que formarão o tabuleiro da ponte.
No Brasil, o avanço da obra também é significativo. Está em andamento a construção do acesso à ponte, que liga a BR-267 à estrutura, com um custo de R$ 427 milhões. O Consórcio PDC Fronteira é responsável pela execução dessa obra, que inclui a construção de uma alça de 13,1 quilômetros, o contorno rodoviário de Porto Murtinho e um centro aduaneiro para controle fronteiriço. As obras começaram em setembro de 2024 e têm prazo de conclusão de 26 meses, com atividades iniciais de limpeza e isolamento da área do traçado.
Quando concluída, a Rota Bioceânica terá um impacto estratégico significativo, tanto para os países envolvidos quanto para o comércio internacional. A rota permitirá uma conexão direta entre o Atlântico e o Pacífico, reduzindo em até 9,7 mil quilômetros o trajeto marítimo das exportações brasileiras para a Ásia. Isso representa uma economia de cerca de 23% no tempo de transporte, o que equivale a uma redução de aproximadamente 12 dias no tempo de viagem. A obra, portanto, promete ser um marco para a integração logística da região e para o fortalecimento das relações comerciais entre os países da América do Sul e além.