Durante o percurso da tocha olímpica por Campo Grande neste sábado (25), 12 membros da etnia indígena Terena participaram do revezamento. Um deles, em especial, possui um vínculo muito forte com o esporte.
Trata-se de Carlos Terena, um homem de 60 anos que ficou marcado na história do esporte indígena, por ser o coordenador-geral dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), que teve sua primeira edição em Palmas, no ano de 2015. “Foi uma honra muito grande ser um dos precursores daqueles jogos. Sou um apaixonado pelo esporte”, afirma.
Pelo seu envolvimento com o esporte, ele foi credenciado a carregar o símbolo olímpico por 200 metros na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Segundo Carlos Terena, a sensação de praticar o ato foi inesquecível. “Tenho orgulho de representar o meu povo carregando esta tocha. Isso mostra que somos brasileiros como todos os demais e estimula a uma relação de igualdade na sociedade”, comenta.
Para o indígena, a representatividade da tocha olímpica deve ser usada com finalidades adequadas à intenção do evento. “Devemos utilizar o fogo da tocha olímpica no sentido positivo, para aquecer os corações, integrar os povos e compartilharmos espírito olímpico. Infelizmente, muitas pessoas utilizam o fogo para matar”, lamenta.
Carlos Terena revelou ter a esperança de ver um feito inédito nos jogos Olímpicos. “meus sonhos no esporte é ver um indígena se consagrando e ganhando uma medalha de ouro nas olímpiadas. Se isso acontecer, será uma emoção muito grande”, finaliza.
O indígena também afirmou ser um assíduo praticante esportivo, de modalidades variadas. “Eu fui o responsável por formar a primeira seleção Terena de futebol, fiz atletismo, já fui jogador de futsal e atualmente pratico natação de forma amadora”, elenca.
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