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Cultura e Entretenimento Terça-feira, 12 de Agosto de 2008, 08:57 - A | A

Terça-feira, 12 de Agosto de 2008, 08h:57 - A | A

Museu de História do Pantanal será inaugurado hoje em Corumbá

Wagner Jean - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

O Museu de História do Pantanal (Muhpan) será inaugurado hoje (12), às 17h, no Porto Geral de Corumbá. As exposições do museu propiciam aos visitantes uma viagem pelos oito mil anos da ocupação humana na região do Pantanal.

O museu ficará abrigado no casarão Wanderley & Baís, em frente ao Rio Paraguai, o Muhpan contrasta artefatos pré-históricos com alta tecnologia e busca retratar a identidade pantaneira.

O edifício foi construído em 1876 no Casario do Porto, na época em que Corumbá era o terceiro mais importante porto fluvial da América Latina, e foi restaurado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional - Iphan, através do Projeto Monumenta. O elegante piso de ladrilhos hidráulicos tem mosaicos nas cores laranja, café, areia e preto, e suas janelas atraem os olhares para o Pantanal.

Com recursos cenográficos e tecnológicos, a história do Pantanal é contada de maneira lúdica, didática e interativa. O Muhpan convida o público a mergulhar na memória e no imaginário pantaneiro.

A viagem começa em um túnel de imersão, onde são projetadas imagens e trechos da poesia de Manoel de Barros em um corredor de espelhos. Seguindo pela sala Os Pantanais, o visitante encontra uma canoa Guató, uma forte referência ao assoreamento do Rio Taquari, e fotos e mapas que retratam as sub-regiões do Pantanal.

A visita segue pela pré-história no andar seguinte, onde fósseis e fragmentos arqueológicos retratam os primeiros vestígios humanos na região. Em ordem cronológica, o roteiro expõe a conquista espanhola, as missões jesuíticas e incursões bandeirantes. Passa pelas expedições científicas do início do século XX, pela Guerra do Paraguai, pela próspera Corumbá dos imigrantes, e termina no século XX da Ferrovia Noroeste, da pecuária e da mineração mato-grossense.

A idéia é superar a função de museu, visto como depósito de objetos, e transformá-lo em um local onde a população possa reconhecer as marcas de seu patrimônio, encontrar suas origens culturais e partilhar essa experiência com pessoas de outras regiões.

A Fundação Barbosa Rodrigues, instituição responsável pela realização do museu, e com 25 anos dedicados à memória, sempre atuou com foco na participação da comunidade. Com o Muhpan não será diferente. “Nossa vocação é democratizar o acesso à cultura, resgatar a cidadania e valorizar a história”, afirma Maria Verônica Sáfadi Nogueira, vice-presidente da instituição.

Segundo a coordenadora do Muhpan, Marta Barros dos Santos, os museus não são produtos estáticos, porque como a história, estão em constante construção. “Mais difícil que expor objetos, é expor os valores culturais de um povo”, diz. “O povo é o produtor da cultura. Não estamos aqui somente para contar a história, mas dialogar com a comunidade, e juntos fazermos a história”, ressalta Juliano Borges, coordenador de Ações Educativas.

A montagem do museu foi viabilizada por meio da lei Rounet, que concede benefícios fiscais a empresas que financiam atividades culturais. O trabalho é patrocinado pela Petrobras e pelo Grupo Votorantim, com supervisão do Iphan, e apoio da Prefeitura de Corumbá. (Com informações do Corumbá On-Line)

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