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Economia Segunda-feira, 06 de Outubro de 2008, 17:05 - A | A

Segunda-feira, 06 de Outubro de 2008, 17h:05 - A | A

Bovespa fecha com queda de 5,43% após cair 15,5%

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

A segunda-feira deve ficar para a história da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), embora o fechamento dos negócios tenha mostrado um cenário menos catastrófico do que se viu nas primeiras horas de pregão. O Ibovespa encerrou em baixa de 5,43% aos 42.100,79 pontos - a queda é inferior ao declínio registrado no fechamento do último dia 2, por exemplo, quando caiu 7,34%; mas a pontuação é a menor desde 5 de março de 2007 (41.179,6 pontos). O volume financeiro desta segunda totalizou R$ 5,261 bilhões (preliminar).

Mais cedo, contudo, o mercado brasileiro viveu um dia pânico, contaminado pela forte queda dos principais índices acionário ao redor do mundo. A Bovespa acionou duas vezes o mecanismo de circuit breaker, o primeiro quando a queda bateu em 10%, aos 18 minutos de pregão - os negócios foram interrompidos por meia hora - e o segundo às 11h43, quando o índice derreteu até 15% e parou por uma hora, na terceira vez em que isso acontece em sua história. Excepcionalmente para hoje foi criado um novo limite de circuit breaker, que seria acionado caso ocorresse uma queda de 20%.

Na mínima, o Ibovespa chegou a registrar queda de 15,50%, aos 37.617 pontos - níveis de dois anos atrás. Na máxima, alcançou 44.502 pontos, com leve baixa de 0,03%. "A situação é de pura falta de confiança", resumiu o gerente de renda variável de uma corretora no Rio de Janeiro. "A leitura é de que a crise norte-americana contaminou de vez a Europa. E, aqui, apesar de o nosso presidente dizer que estamos imunes, fazemos parte do planeta Terra. Assim, resta saber se vai ficar na 'marola' ou se estamos às portas de uma 'tsunami'", comentou.

Após a aprovação do pacote de ajuda ao setor financeiro norte-americano não animar os mercados na sexta-feira, com os investidores questionando como o plano será implementado e qual será a eficácia das medidas para proteger a economia de uma recessão, a falta de um consenso na formulação de uma proposta conjunta pelos líderes europeus no fim de semana para enfrentar a situação naquela região exacerbou as preocupações sobre a piora nas condições econômicas globais, gerando nova e forte aversão a risco, arrasando as principais bolsas internacionais.

Papéis
Rossi Residencial ON (-20,43%), B2W ON (-18,00%) e Aracruz PNB (-15,46%). Apenas dois dos 66 papéis que integram o índice fecharam em alta: Cyrela ON (+2,35%) e Transmissão Paulista PN (+1,03%). No caso das blue chips Petrobras e Vale, as ações PN da estatal caíram 3,23% e as ON, -2,75%; enquanto as PNA da mineradora cederam 6,80% e as ON, -7,61.

O setor bancário também foi bastante castigado. De acordo com participantes do mercado, a preocupação de maiores surpresas em bancos de menor porte no País potencializava as más noticias vindas do exterior. Analistas ouvidos pela editora Sueli Campo no Cenário-1 também citaram que alguns bancos estão mais expostos a operações como as realizadas pela Sadia e Aracruz Celulose e algumas empresas estariam enfrentando dificuldades em liquidar essas operações devido ao empoçamento de liquidez. Nesse contexto, Bradesco PN caiu 6,58%, Itaú PN cedeu 4,74%, Unibanco Units perdeu 2,63% e Banco do Brasil ON desvalorizou-se 7,21%. (Estadão)

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