Em visita à Capital, a dupla de empresários chineses que estiveram reunidos com o governador André Puccinelli (PMDB) na Governadoria, na tarde de ontem (18), deixaram algumas propostas de investimentos: produção de celulose e bioquímicos a partir da cana-de-açúcar; instalação de fábricas de tratores e caminhões e compra de couro semiacabado. Mas, a mais promissora parece até o momento a de uma construção de fábrica de aquecedores solares.
Conforme o representante da Câmara de Comércio e Indústria Brasil – China, Charles Tang, “hoje, a fábrica de placas solares é uma das propostas mais fortes para trazer energia verde”. Segundo ele, a China produz cerca de 70% do material do tipo vendido em todo o mundo. No Mato Grosso do Sul, a fábrica atenderia a demanda interna, nacional e de exportação.
Esta é a primeira de cinco missões de possíveis investidores chineses este ano em Mato Grosso do Sul.
A reunião de ontem foi acompanhada dos secretários de Estado Tereza Cristina Corrêa da Costa (de Produção e Turismo), Mário Sérgio Lorenzetto (da Fazenda) e Carlos Alberto Negreiros de Menezes (de Meio Ambiente e de Planejamento).
Composta por Gu Jing, Guo Mao Qiang (ambos da Câmara de Promoção de Ciência e Finaças de Shangai) e Xiang Ping Jun (intérprete), a delegação chinesa veio em retribuição a visita feita pelo governador no ano passado.
“Os chineses gostaram muito da viagem do governador e a intenção dele em estreitar relações. Eles acharam André uma pessoa agressiva, no bom sentido [na forma de negociar], na maneira de buscar riquezas para seu Estado”, conta Charles Tang.
Conforme Tang, o interesse chinês é investir na construção de uma fábrica de placas de energia solar em Mato Grosso do Sul. Mas, Tereza Cristina, diz que a implantação depende de análise do mercado regional e da logística. “Eles nos perguntaram como são estas questões aqui. Pode até ser que eles pensem em auxiliar na construção de ferrovias, quem sabe”, disse.
De acordo com Tereza Cristina, nada existe de concreto. “O que a Seprotur fará é o intermédio entre o empresário de Mato Grosso do Sul e os empresários chineses”, disse. Mas, ela informou que houve uma colocação mais detalhada por parte deles. Os chineses estariam bastante interessados na compra do couro em estágio wet blue (semiacabado). “Um dos empresários que veio hoje disse claramente: ‘Quero comprar todo o couro que for possível.’ Ele pretende levar para a China e utilizar em carros, sofás e afins.”
Além do couro, existe interesse por minério de ferro – principalmente na área de Corumbá , onde a produção já existe.
Uma construtora de caminhões e tratores, ligada à Ford também estaria disposta a investir por aqui. A JMC pode atuar em parceria com a indiana Mahindra, segundo Charles Tang.
O setor de bioquímica seria outro explorado por aqui, com a possível vinda da BBCA. O interesse é pela formação de acido cítrico a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Segundo Charles Tang, a tonelada do produto é de mil dólares. Hoje, ainda conforme Tang, são pagos cerca de US$ 200 pelo açúcar. Além do ácido, celulose também poderia ser feita do bagaço da cana.
Conforme Tereza Cristina, nada em valores foi confirmado.
Por: Marcelo Eduardo – (www.capitalnews.com.br)