Nem uma nova intervenção do Banco Central impediu que a cotação da moeda americana recuasse para seu menor preço em sete meses, sob um forte influxo de recursos para o país. Somente na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), o saldo de investimentos estrangeiros bateu a casa dos R$ 7,2 bilhões neste ano.
O dólar comercial foi negociado por R$ 2,068 nos minutos finais da sessão de negócios desta sexta-feira. O valor representa um decréscimo de 2,03% sobre a cotação de ontem. No mês, a queda acumulada é de 5,18% e em 2009, de 11,40%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) opera com ganhos de 2%, aos 51.058 pontos. O giro financeiro é de R$ 4,24 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 1,71%.
O Banco Central voltou a interferir no mercado de câmbio e realizou um leilão de compra de dólares entre 15h14 e 15h24 (hora de Brasília). A autoridade monetária aceitou ofertas por R$ 2,0785 (taxa de corte). Nessas operações, não há divulgação do montante transacionado.
"O que faz o dólar cair é a oferta e o fluxo de moeda aumentou muito de uns tempos para cá, seja por conta da balança comercial [superavitária], ou por conta do fluxo financeiro mesmo: os grandes investidores globais estão atrás dos nossos juros, que ainda estão entre os mais altos do mundo. E eles sabem que o Brasil tem condições sólidas, até mais do que antes", sintetiza Mário Paiva, analista da corretora Liquidez.
"Não podemos esquecer que o Brasil voltou a captar dinheiro lá fora, o que é muito importante. Para mim, tudo isso quer dizer que o mercado está voltando ao normal", acrescenta.
O Tesouro Nacional concluiu hoje a captação de US$ 750 milhões no mercado internacional. O dinheiro foi obtido com a venda de títulos da dívida brasileira com vencimento em janeiro de 2019 nos EUA e Europa. Não foi realizada a operação no mercado asiático.
Juros futuros
O mercado futuro de juros, que serve de referência para as tesourarias dos bancos, rebaixou novamente as taxas projetadas nos contratos mais negociados. Entre as principais notícias do dia, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que a inflação medida pelo IPCA foi de 0,48% em abril, ante variação de 0,20% em março. Economistas do setor financeiro projetavam taxa em torno de 0,46% para o período.
No contrato que projeta as taxas para janeiro de 2010, a taxa prevista caiu de 9,54% para 9,49%; e no contrato que vence em janeiro de 2011, a taxa projetada recuou de 10,26% para 10,22%. (Com informações da Folha Online)