Para o vice-presidente regional da Fiems, Lourival Vieira Costa, a implantação de uma ferrovia que liga o município de Corumbá, na região norte de Mato Grosso do Sul, ao Porto de Santos, no Estado de São Paulo, vai reduzir os custos com logística para o empresário sul-mato-grossense. A viabilidade da ferrovia, no entanto, depende de vários fatores como a prorrogação por mais 30 anos da concessão da Ferroeste à Rumo, de um roadshow com empresários e o financiamento do empreendimento orçado previamente em US$ 2 bilhões.
A análise foi apresentada na reunião de trabalho da Ferrovia Transamericana, que integra o Projeto de Integração Brasil-Bolívia, realizada nesta segunda-feira (30), no Centro de Convenções de Corumbá, entre representantes dos governos do Brasil, da Bolívia, do Estado, da Prefeitura Municipal e do setor empresarial.
“A ferrovia, sem dúvidas, vai reduzir custos para o empresário de todos os setores. Hoje, o transporte rodoviário custa caro e, com este novo modal, esperamos que seja barateado”, disse Lourival Vieira Costa, completando que os estudos de viabilidade do projeto de construção da ferrovia foram apresentados durante o encontro, envolvendo viabilidade econômica das malhas viárias existentes, os regimes regulatórios do sistema de transporte de cada país, leis aduaneiras e infraestrutura de transbordo e intermodal existentes.
“Defendemos que haja uma agilidade no andamento da implantação desta ferrovia, porque ver um projeto como este parado é triste, enquanto as rodovias estão abarrotadas. Acreditamos que o benefício será para todos, porque a região de Corumbá, e Mato Grosso do Sul como um todo, vai se desenvolver”, completou o vice-presidente regional da Fiems.
O projeto
Com ramais que vão da fronteira da Bolívia com o Brasil até o Estado de São Paulo, os produtos da região ganhariam patamar internacional, chegando a muitos países importadores. O modal logístico engloba 1,6 mil quilômetros de ferrovia, ligando o Porto de Santos a Corumbá e outros 600 quilômetros dentro da Bolívia, totalizando 2,4 mil quilômetros de linha férrea.
O estudo de viabilidade econômica revelou potencial para que a ferrovia escoe celulose, grãos (soja, milho e farelo), combustível, fertilizantes, ferro-gusa, minério de ferro, ureia, madeira e açúcar. Ainda não há uma estimativa de carga anual.
Também participaram da reunião o ministro de Obras Públicas, Serviços e Habitação da Bolívia, Milton Claros, o ministro João Carlos Parkinson de Castro, chefe da Coordenação- Geral de Assuntos Econômicos de Latino-Americanos e Caribenhos – CGLAC/MRE, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, além de outras autoridades e empresários.