A inflação em Campo Grande registrou uma alta de 0,49% em agosto, muito acima da registrada em julho, quando o índice chegou a 0,15%. A tendência é que continue aumentando nos próximos meses, segundo o coordenador do núcleo de pesquisa da Universidade Anhanguera-Uniderp e responsável pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Celso Correia de Souza.
O IPC/CG é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. Busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviço, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.
Os grupos que mais contribuíram para a elevação da inflação foram: Alimentação (1,16%), Habitação (0,74%) e Educação (0,35%). Já os grupos que mais contribuíram para a queda foram: Vestuário com (-1,15%) e Despesas Pessoais (-0,61%).
“No mês de agosto tivemos o reflexo do aumento de energia elétrica ocorrido no mês anterior. Também começamos a sentir os efeitos da forte estiagem que ocorre atualmente no estado de Mato Grosso do Sul, influenciando, principalmente, os preços das carnes bovinas. Por último, os reflexos da grande seca que assola o Meio Oeste Americano começam a serem sentidos, com perdas elevadas de milho e soja, que refletem nos preços das rações, incrementando os preços das carnes suínas e de aves”, analisa Souza.
O grupo Alimentação também sofre muita a influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns de seus produtos, principalmente, verduras, frutas e legumes. Alguns produtos aumentam o valor ao término da sua safra, outros diminuem quando entram na safra. Além das carnes, os outros produtos que mais pressionaram a inflação para cima foram: pimentão 28,34%, repolho 21,60%, limão 20,77%, beterraba 16,63%, cenoura 16,59% e tomate 15,95%. Por outro lado, alguns s tiveram reduções significativas: abobrinha (-24,36%), cebola (-13,35%), uva (-8,48%) e laranja pera (-7,31%).
No item carnes, vários cortes de carne bovina tiveram alta: contrafilé 4,22%, coxão mole 4,12%, patinho 2,22%, músculo 1,54% e cupim 1,04%. Outros tiveram redução: fígado (-6,86%), paleta (-4,20%), filé mignon (-1,54%), alcatra (-0,81%), picanha (-0,66%) e lagarto (-0,11%). “Para os próximos meses a tendência é de alta”, reforça José Francisco. Em relação à carne suína, houve uma reação em relação ao mês passado, com aumentos significativos da costeleta 5,33%, pernil 4,31% e bisteca 3,14%. Quanto à carne de aves, tanto miúdos quanto frango congelado aumentou: miúdos 3,57% e frango congelado 0,15%.
Inflação acumulada - A inflação acumulada neste ano de 2012, na cidade de Campo Grande, é de 2,98% e, nos últimos 12 meses é de 5,27%, ultrapassando o centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que para o ano de 2012 é de 4,5%. A tendência para este ano de 2012 é que a inflação acumulada na cidade de Campo Grande fique dentro da meta estabelecida pelo CMN, que é de 4,5% ± 2%, isto é, até 6,5%.
Os dez mais e os dez menos
Os dez produtos que mais contribuíram para a inflação foram Energia elétrica; Óleo diesel; Pescado fresco; Arroz; Papelaria; Tomate; Contrafilé; Maçã, Bebidas alcoólicas e Cenoura.
Já os dez que menos contribuíram para a elevação da inflação na cidade de Campo no mês de agosto foram: Etanol; Camisa masculina; Filme fotográfico; Calça comprida masculina; Laranja pêra; Cebola; Queijo muçarela/prato; Paleta; Feijão e Alcatra.