Segunda-feira, 15 de Outubro de 2007, 07h:41 -
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Brasil não empolga, mas pontua com 0 a 0 contra a Colômbia
Estadão
Chuva, pressão da torcida, aumento nas dimensões do campo, altitude de 2.640 metros em Bogotá e o empolgado time colombiano. Diante de tanta adversidade, a seleção brasileira trouxe um ponto na bagagem na abertura de sua caminhada rumo à Copa do Mundo da África do Sul, em 2010. Apesar de muito trabalho, alguns sustos, a equipe conseguiu, sem brilhar, segurar um 0 a 0 neste domingo em sua estréia nas Eliminatórias sul-americanas.
De positivo na igualdade, apenas a marca de jamais ter perdido em aberturas nas Eliminatórias. Agora, são seis vitórias em estréias e cinco empates. E se coincidência valer, é bom lembrar que em 2000 as duas seleções também empataram sem gols no primeiro jogo, na Colômbia.
Por causa da forte chuva em Bogotá, insistente nos últimos dois dias, a partida atrasou em seu início por 45 minutos. A decisão coube ao árbitro paraguaio Carlos Amarilla. "Já vi jogos em gramados muito piores, mas a decisão foi do árbitro, que preferiu adiar para preservar o espetáculo", disse o supervisor da seleção, Américo Faria.
O dirigente não protestou formalmente, mas mostrou descontentamento com a medida. Já o técnico Dunga não se conteve. "Prejudica. Estávamos preparado para entrar e tivemos de repetir todo o aquecimento."
Jogadores perfilados, hinos nacionais bem executados, hora de a bola rolar. E como rolou, mostrando que a chuva em nada prejudicou o espetáculo. Valendo vaga em Copa do Mundo, viu-se um duelo com correria colombiana e pouca agressividade brasileira, apelando para toques de lado e sem grandes chances de gols.
Primeiro foram os brasileiros que reclamaram a não marcação de pênalti de Sanchez em Gilberto. Depois, os colombianos é quem foram à loucura por Carlos Amarilla não marcar puxão de Juan em Rentería, na área.
O técnico Jorge Luis Pinto não se conteve. Protestou com veemência, exagerou e acabou tendo de dirigir a equipe da arquibancada, após ser expulso com apenas 15 minutos.
Praticamente não viu a cabeçada firme de Rentería e a ótima defesa de Júlio César. Um duelo que se repetiria antes do intervalo e novamente com vantagem do goleiro. Também não veria seu time sofrer, apenas da escalação do quarteto Robinho, Vágner Love, Kaká e Ronaldinho Gaúcho. "Estamos colocando nosso ritmo. No segundo tempo vamos atacar com mais precisão", prometeu Gaúcho.
No entanto, não foi o que pode-se ver. Os irritantes passes de lado, sem pressa e com segurança foram a tônica da etapa. Não à toa, as vaias, cada vez maiores, contra a preguiça brasileira. Era nítida a satisfação por trazer um empate da Colômbia. Agora, é não repetir a falta de objetividade em casa, para o time não entrar, com apenas dois jogos, em rota de colisão com a torcida.
Agora, a seleção treina na Gávea, no Rio, nesta segunda. Na terça, o elenco faz reconhecimento do Maracanã onde, na quarta-feira, enfrenta o Equador.