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Internacional Sábado, 16 de Janeiro de 2010, 12:37 - A | A

Sábado, 16 de Janeiro de 2010, 12h:37 - A | A

Bombeiros do RJ que vão para o Haiti atuaram em Angra

Da Redação - (ME) - (www.capitalnews.com.br)

Os 31 bombeiros do Rio que embarcaram na última quinta-feira (14) rumo ao Haiti – para ajudar no resgate às vítimas do terremoto – são os mesmos que trabalharam nas buscas em Angra dos Reis e na Baixada Fluminense, durante as chuvas que deixaram pelo menos 75 mortos no estado.

“Sessenta por cento dos homens que estão lá atuaram em Angra dos Reis e os outros 40% atuaram na Baixada Fluminense, então toda a equipe tem uma larga experiência nesse tipo de trabalho”, explicou o coronel Pedro Machado, subsecretário estadual de Defesa Civil.

Os homens têm entre 25 e 40 anos – com patentes que vão de soldado a coronel – e compõem as equipes do Grupamento Florestal e do Grupamento de Busca e Salvamento da Barra da Tijuca. “Eles têm sempre a tropa mais nova da corporação, pela própria natureza do serviço. É uma tropa de pronto emprego, estão fisicamente melhores”.

A equipe levou alimentação para permanecer no Haiti por pelo menos 15 dias. Segundo o coronel, a ação dos bombeiros deverá ser garantida pelo Exército brasileiro. O total de 51 homens – os outros 20 são de Brasília – ficarão alojados na base do quartel do Exército em Porto Príncipe.

O objetivo é trabalhar no resgate às vítimas do terremoto, que o coronel acredita que ainda podem ser encontradas com vida, ao contrário da tragédia em Angra dos Reis, na Costa Verde do estado, quando turistas e moradores da região foram soterrados.

“Diferentemente de Angra, em que o morro desceu e matou todos de sufocamento, no Haiti houve desabamento de prédios e quando isso acontece uma geladeira, uma mesa, um fogão ou um sofá pode ser uma proteção para uma vítima. Se ela está hidratada e alimentada é possível encontrá-la com dez, 15 dias ainda viva e em condições de ser retirada”, disse o coronel.

Assim como na Costa Verde do estado, quatro cães farejadores foram enviados para auxiliar nas buscas:

“Eles vão dar o primeiro aviso principalmente em locais de difícil acesso, em que o homem não consiga chegar. Se a equipe não conseguir, vai ser tentado outro caminho até que se chegue a essa vítima. O cachorro, ao começar a latir, chama a atenção da equipe, que começa então a fazer os primeiros contatos verbais com a pessoa que está presa aos escombros”.

Equipamento importado da Alemanha

Os bombeiros enviados pelo estado do Rio levaram 2,5 toneladas de equipamentos, principalmente aqueles que podem ser transportados com facilidade. O material inclui enxadas, motosserras, pás e machados e um desencarcerador elétrico – novidade no Brasil – capaz de cortar ferros e outros materiais resistentes. Almofadas pneumáticas também serão usadas para erguer um peso de até quatro toneladas.

Os equipamentos enviados fazem parte de um carro multiuso, recém-chegado da Alemanha, que é um misto de ambulância, carro de salvamento e de combate a incêndio. Cinco unidades desse modelo já foram colocadas à disposição pelo governo do estado e poderão ser levadas ao Haiti em aviões caso seja necessário.

“As equipes levaram ainda geradores e equipamentos de iluminação, principalmente para trabalhos que possam entrar por noite adentro”, explicou o coronel.

Hospital de campanha

Um hospital de campanha também foi colocado à disposição para ser enviado ao Haiti. Recém-adquirido pelo Corpo de Bombeiros do Rio, ele pode ser armado em uma hora e meia e conta com gerador e ar-condicionado.

“Ele é o mesmo que o governo americano possui no Iraque e no Afeganistão. Tem peculiaridades como uma máquina de cortar cabelo, porque quando as pessoas chegam com algum traumatismo na cabeça é feita a raspagem para que o médico possa fazer a sutura”, explicou o coronel Pedro Machado.

Segundo o coronel Fernando Suarez Alvarez, superintendente de urgência e emergência pré-hospitalar do Corpo de Bombeiros, o hospital conta com uma incubadora e pode abrigar até dez macas. O mesmo modelo foi usado durante o atendimento a vítimas da chuva em Queimados, na Baixada Fluminense, quando mil pessoas foram atendidas em uma semana.

“É uma unidade hospitalar onde nós podemos tranquilamente atender um paciente de média e pequena complexidade. Nós podemos fazer atendimento desde uma simples sutura ou uma amputação até casos mais graves”, explicou Suarez.

Os bombeiros enviados permanecerão no Haiti por pelo menos 15 dias. Nesse período, de acordo com o coronel Pedro Machado, será feita uma reunião para avaliar a necessidade de enviar reforço ou substituir as equipes:

“Há vários pedindo para ir, é o afã de ajudar”. (Fonte G1)

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