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Internacional Terça-feira, 24 de Outubro de 2023, 16:54 - A | A

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Nações Unidas

Reputação da ONU depende de ação sobre guerra, diz Mauro Vieira

Chanceler acredita que gerações futuras culparão Conselho de Segurança

Agência Brasil
Lucas Pordeus León

Eskinder Debebe/ONU

Reputação da ONU depende de ação sobre guerra, diz Mauro Vieira

Mauro Luiz Iecker Vieira, Ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil e Presidente do Conselho de Segurança no mês de outubro, preside a reunião do Conselho de Segurança sobre a situação no Oriente Médio, incluindo a questão palestina

“Grande parte da reputação das Nações Unidas depende da sua abordagem à crise em curso”, destacou nesta terça-feira (24) o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, na reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) realizada em Nova York, nos Estados Unidos.

“Este Conselho deve estar à altura do desafio que temos pela frente. Provavelmente seremos julgados – e considerados culpados – pelas gerações futuras pela nossa inação e complacência”, destacou o chanceler brasileiro.

O encontro discutiu a escalada do conflito Israel-Hamas, no Oriente Médio, iniciada no último dia 7 de outubro após o ataque do grupo Hamas contra Israel. Atualmente, o Conselho é presidido pelo Brasil que, na última semana, viu a proposta costurada pela diplomacia brasileira ser vetada pelos Estados Unidos.

O chanceler brasileiro insistiu que a diplomacia e o diálogo são os ativos mais poderosos no Conselho de Segurança da ONU e que a entidade “tem uma responsabilidade crucial na resposta imediata à evolução das crises humanitária e de reféns”.

Eskinder Debebe/ONU

Reputação da ONU depende de ação sobre guerra, diz Mauro Vieira

Uma visão ampla da reunião do Conselho de Segurança sobre a situação no Médio Oriente, incluindo a questão palestiniana

Mauro Vieira lembrou que, desde 2016, o Conselho não consegue aprovar uma resolução sobre a situação do conflito Israel-Hamas. “Estratégias obstrutivas têm impedido a tomada de decisões cruciais sobre a paz e a segurança internacionais. Como resultado, a situação no Oriente Médio é de longe uma das questões mais frustradas no Conselho de Segurança”, lamentou.

O representante do governo brasileiro na ONU reforçou que o Brasil condena os atos de terrorismo contra civis em Israel e fez um apelo para libertação imediata e incondicional dos reféns civis. Ao mesmo tempo, o chanceler do Brasil afirmou que a escalada da violência em Gaza é inaceitável e citou o bombardeio de infraestruturas civis, que resultou na destruição de 42% das habitações na Faixa de Gaza.

“Não podemos tolerar a perda de mais de 2 mil crianças palestinas. Como potência ocupante, Israel tem a obrigação legal e moral de proteger a população local ao abrigo do direito humanitário internacional. Os recentes acontecimentos em Gaza são particularmente preocupantes, incluindo a chamada ‘ordem de evacuação’, que está conduzindo a níveis de miséria sem precedentes para pessoas inocentes”, destacou.

Mauro Vieira ainda pediu adesão estrita ao direito internacional e defendeu a solução de dois Estados na região. O ministro brasileiro ainda destacou que a manutenção da ocupação da Cisjordânia é ilegal e acaba por minar as perspectivas de paz.

“Israel deve parar todas as atividades de colonização nos territórios palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental. A diferença de tratamento em relação aos colonos e aos habitantes locais é inaceitável. A expansão atual e projetada praticamente elimina a viabilidade de um futuro Estado palestiniano e gera violência e ódio”, destacou.

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