Indústrias em Mato Grosso do Sul estão reaproveitando materiais descartados da produção para gerar energia elétrica, que abastece a própria unidade. O excedente ainda é comercializado para o Sistema Nacional.
Em Três Lagoas, a 338 km de Campo Grande, uma unidade produz 1,3 milhão de toneladas de celulose a partir de 168 mil hectares de eucalipto. Diariamente, 48 mil árvores são trituradas, e a indústria consome 90 Mw por hora. A parte da matéria prima que não serve à produção final não é descartada.
"Comparando com o que existe de disponibilidade de energia no mercado, podemos assumir que a diferença no custo é de 100%. A economia é muito grande e dá viabilidade ao negócio", diz o gerente de produção Fernando Rasch.
A energia é produzida por meio da biomassa e pode ter duas origens: a primeira é com as cascas do eucalipto, e a segunda é com o licor negro, um líquido residual do cozimento da madeira e que é enviado a um digestor. O processo é automatizado e pode ser acompanhado por um sistema de câmeras.
"A gente retira a água, concentra, só fica uma quantidade de matéria orgânica, essa matéria é queimada na caldeira de recuperação, onde é gerado vapor superaquecido que é enviado pro coletor, neste coletor a gente encaminha o vapor para o tubo gerador onde vai transformar energia mecânica em energia elétrica", explica Simone Queiroz, especialista em processos industriais.
A energia excedente é enviada à concessionária de eletricidade, podendo ser consumida pelos moradores da cidade. O lucro é investido novamente na produção.