Mato Grosso do Sul está trabalhando roteiros integrados entre o Pantanal e Bonito com outros pontos turísticos no Brasil e na América do Sul, como Foz do Iguaçu e a Patagônia. Esse foi o tema da palestra da diretora-presidente da Fundação de Turismo, Nilde Brun, hoje (6) à tarde, no Seminário de Integração Turística, que faz parte da Rodada de Integração Produtiva de Governadores e Prefeitos do Foro Consultivo de Municípios, Estados federados, províncias e Departamentos do Mercosul (FCCR) – Eixo Sul), realizada no Parque Tecnológico Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR).
“Os roteiros integrados podem agregar valor ao mercado turístico. A integração precisa ser tornar realidade, ainda está muito no discurso, cada estado ou país fica voltado para si. Precisamos conseguir que essa integração seja comercialmente vendável”, avalia Nilde, lembrando que também precisa ser investido nas estruturas, como aeroportos, rodovias, ferrovias e portos. O Pantanal, continua ela, é um exemplo disso, já que o bioma existe também no Estado de Mato Grosso, na Bolívia e no Paraguai, mas esse potencial ainda está sendo trabalhado separadamente.
Para Nilde, ainda é preciso realizar um trabalho para que os paises percebam o potencial turístico da América do Sul, já que a população chega a 370 milhões de pessoas. “Se houver uma união de forças, seremos quase invencíveis no setor de turismo, pela beleza e pela cultura que possuímos”, avalia. De acordo com ela, uma integração nesse sentido faria com que fosse aproveitada de um único roteiro os principais pontos turísticos de vários paises.
A diretora-presidente cita a Rota Ecoturismo do Pantanal ao Iguaçu, que trabalhará o trajeto Foz do Iguaçu (PR)/Bonito (MS)/Campo Grande (MS). “Já estamos trabalhando para conseguir um vôo regular para atender a rota”. Nilde também analisa e explica outras rotas como a Bioceânica; Travessia do Pantanal; Pantanal/Pacífico; Brasília/Pantanal/Bonito, entre outros.
O diretor de Turismo de Montevidéu (Uruguai) e coordenador da Unidade Temática de Turismo de Mercocidades (rede de cidades do Mercosul), Fernando Gonzalez, explica que a troca de experiência entre paises é importante para que não se repitam os erros cometidos. Para Fernando, os pontos turísticos semelhantes, como ocorre com o Pantanal, precisam ser trabalho em conjunto. “O Brasil, que já é uma marca turística, pode ajudar a Bolívia e o Paraguai através de um roteiro integrado, em contrapartida esses dois paises irão arrematar um maior número de turistas para os estados brasileiros”, exemplifica.
A tendência, conforme o diretor, é trabalhar as regiões sub-nacionais, ou seja, que não são ícones do turismo, principalmente da região sul e de fronteira. “A intenção é invadir as fronteiras já que o turista está permanecendo cada vez menos dias no mesmo ponto. Um exemplo, são as cataratas que atraem turistas para os três paises: Brasil, Paraguai e Argentina, apesar das legislações que ainda atrapalham a passagem do turista de um lado para outro”, finaliza.