A Bacia do Alto Paraguai (BAP), onde está localizado o Pantanal, já perdeu 56,5% de sua cobertura vegetal original na área de planalto. Já na área de planície, onde está o Pantanal, cerca de 86,6% de sua vegetação nativa está conservada. O dado faz parte do “Monitoramento das Alterações da Cobertura Vegetal e Uso do Solo na Bacia Alto Paraguai”, realizado pelas ONGs Ecoa-Ecologia e Ação, Conservação Internacional, Fundação Avina, SOS Pantanal e WWF-Brasil e teve o apoio técnico da Embrapa Pantanal.
A formação de pastagens e a implantação da pecuária no planalto pantaneiro são as principais razões para o desmatamento na região. Segundo o levantamento, realizado entre os anos de 2002 e 2008, a pecuária é a ação humana mais representativa na BAP. Cerca de 11,1% da área de planície do Pantanal é coberta por pastagens.
Já na região de planalto, onde predomina vegetação de cerrado, as pastagens ocupam 43,5% de toda área. A agricultura é uma atividade pouco realizada na região da BAP e ocorre em apenas 0,3% da planície e em 9,9% do planalto.
Conforme a pesquisa, a ocupação da região de planalto da BAP caracteriza-se pela forte ocupação da agricultura e pecuária. Já na planície, a pecuária de caráter mais extensivo exerce menor pressão sobre a cobertura vegetal original.
O estudo também registrou um percentual maior de desmatamento no planalto da BAP. De 2002 a 2008, o lado brasileiro da BAP, onde está o Pantanal, teve uma perda de 4% de sua vegetação natural, contra 2,4% da planície.
Conforme a WWF, o trabalho envolveu a análise de mapas existentes e de novas imagens de satélite. Os técnicos também fizeram visitas de campo para coletar dados, entrevistaram especialistas da área e compararam essas informações com as imagens de satélite.
A base de dados produzida pelo estudo servirá de referência para o monitoramento da cobertura vegetal e uso do solo da BAP, sendo revisada e detalhada, incorporando-se críticas e sugestões de entidades parceiras a cada revisão. A intenção das ONGs é contribuir para o aumento da compreensão da dinâmica que ocorre na região e que essa compreensão possa ser convertida em ações de apoio à conservação e ordenamento do uso sustentável da região.
O estudo será apresentado nesta manhã, às 11 horas, ao governador André Puccinelli (PMDB) na governadoria.
Lucia Morel - Capital News