A pedido da defesa do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal decidiu nesta terça-feira (19) remarcar o depoimento do político sul-mato-grossense para a próxima terça-feira (26). O argumento é que os advogados e o senador ainda não tiveram acesso aos documentos do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
O relator do caso Delcídio no colegiado, senador Telmário Mota (PDT-RR), sinalizou que a quarta tentativa de ouvir o sul-mato-grossense é prova que não há “de nenhuma maneira” manobra para limitar o direito à defesa.
Geraldo Magela/Agência Senado

Telmário Mota disse que as tentativas de colher o depoimento de Delcídio mostram que não há cerceamento da defesa
Protelação
Porém, Mota e outros membros do conselho reclamaram que Delcídio vem tentando atrasar o andamento do processo no Senado. “Na Câmara, se fala abertamente que Michel Temer, chegando à Presidência, virá em seguida um ‘acordão’ livrando dezenas de deputados e também o senador Delcídio dos casos na [operação] Lava Jato”, disse o senador Otto Alencar (PSD-BA).
O senador foi ainda criticado pelos parlamentares por ter declarado em entrevista ao SBT, no domingo (17), por ter declarado que pretende participar de todo o processo de julgamento do impeachment de Dilma no Senado.
“Ele agora quer passar de réu a julgador. O Senado não vai ser a Câmara, com certeza. Réus não vão estar julgando ninguém”, afirmou Mota, garantindo que seu relatório será apresentado “com a maior rapidez possível” após o depoimento de Delcídio.
Durante a reunião, os senadores aprovaram ainda a dispensa do envio da documentação do STF do caso do parlamentar sul-mato-grossense, que havia havia sido aprovada anteriormente. O pedetista lembrou que o atraso no encaminhamento dos documentos se deu em decorrência de ação da própria defesa de Delcídio, que solicitou a inclusão de novos materiais, levando à realização de mais diligências. Para ele, isso faria parte da “estratégia protelatória”.
O advogado Raul Amaral reiterou que esses elementos são fundamentais para que o senador realize a “melhor defesa possível”. Ele observou ainda que o parlamentar “jamais atuou buscando a evasão do país de quem quer que fosse”.
*Com informações da Agência Senado