As polícias Federal, Civil e Militar despejaram 300 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupavam a fazenda Nega Madalena, em Tucumã, no sul do Pará. A ordem judicial foi expedida pelo juiz federal de Marabá, Carlos Henrique Haddad. A fazenda é uma das sete propriedades pertencentes aos narcotraficantes Fernandinho Beira-Mar e Leonardo Mendonça, que cumprem pena no presitio federal de Campo Grande.
Os advogados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Xinguara, que defendem as famílias sem-terra, ingressaram com recurso no Tribunal Regional Federal em Brasília contra a decisão do juiz, mas antes de o recurso ser julgado Haddad autorizou o despejo. O clima desde ontem é tenso na região, porque o MST se mobiliza para voltar à fazenda, alegando que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) faz medições e estudos para desapropriá-la e transformá-la em assentamento.
O coordenador da CPT na região, José Batista Gonçalves Afonso, disse que Haddad determinou a retirada das famílias pela polícia sem ouvir o Ministério Público Federal ou informar a qualquer órgão de intermediação para que pudessem planejar a saída e a permanência dos sem-terra em lugar seguro. As fazendas de Beira Mar e Mendonça se encontram sob a responsabilidade da 5ª Vara da Justiça Federal de Goiás.
O MST afirma que o despejo quebrou um acordo prévio entre a Justiça Federal, o Incra e as famílias do acampamento, que já tinham concordado em sair pacificamente da área para que os técnicos do Incra pudessem realizar os trabalhos de identificação e vistoria do imóvel. "Incra já havia se comprometido que arremataria a fazenda em leilão", garante o MST. O movimento também acusa os policiais de incendiarem barracos e destruírem bens dos acampados na ação. (Fonte: Agência Estado)
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