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O que dá raiva é não vacinar

Por Carol Galli*

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Mesmo depois de 140 anos de Louis Pasteur criar a primeira vacina contra a raiva, uma pessoa a cada nove minutos ainda morre no mundo em decorrência dessa zoonose. O que é preciso fazer para detê-la?

A raiva é uma doença viral que afeta o sistema nervoso central e é, na maioria dos casos, letal assim que os sintomas aparecem. Apesar dos avanços na medicina e da disponibilidade de uma vacina eficaz, a raiva continua sendo uma ameaça presente em todos os continentes, com exceção da Antártida.

Gostaria de destacar alguns dados reveladores: estima-se que cerca de 60 mil pessoas morram por ano no mundo em decorrência da raiva e que 40% dessas mortes ocorram em crianças menores de 15 anos. A raiva tem uma taxa de mortalidade de 99% em humanos e animais, mas o lado positivo é que ela é 100% prevenível graças à vacinação de cães e gatos. Por isso, o que realmente dá raiva é não vacinar!

A vacinação é a ferramenta mais poderosa que temos para combater essa patologia. A implementação de programas de imunização em animais, especialmente em cães e gatos, tem se mostrado efetiva para reduzir o número de casos, tanto em animais como em humanos. A vacinação de pets não apenas os protege, mas também atua como um escudo para a saúde humana, reduzindo o risco de transmissão do vírus.

Na Biogénesis Bagó, estamos convencidos de que a vacinação de nossos animais de estimação é essencial para um cuidado responsável. Por isso, colaboramos ativamente com os médicos-veterinários, oferecendo treinamentos sobre boas práticas de vacinação e a implementação adequada de estratégias sanitárias, utilizando soluções biotecnológicas de alta qualidade focadas na prevenção de doenças. O apoio deles é fundamental para comunicar aos tutores a importância da revacinação antirrábica anualmente.

A eliminação da raiva é um problema de saúde pública e, em muitos países, é uma zoonose presente na população canina de rua. A boa notícia é que, quando são elaboradas estratégias sanitárias adequadas e são utilizadas vacinas de qualidade, com a cooperação de órgãos oficiais, dos veterinários e da indústria de saúde animal, a raiva é uma doença que pode ser controlada.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem como objetivo alcançar “zero mortes humanas por raiva transmitida por cães até 2030”. O desafio é grande, se considerarmos os dados que mencionei no início, mas nossa visão é otimista e, acima de tudo, ativa, pois se trata de uma meta que exige a união de esforços.

Na Biogénesis Bagó, decidimos há algum tempo nos envolver muito além de nossa tarefa de produzir e fornecer vacinas, com o objetivo de conscientizar a população e dar visibilidade e relevância a essa doença mortal, mas cuja transmissão é prevenível. Realizamos campanhas em conjunto com a Fundação Mundo Sano, uma organização que é referência mundial em doenças negligenciadas. Também mantemos uma estreita colaboração com a Aliança Mundial para o Controle da Raiva, uma iniciativa da FAO-OIE-OMS, apoiando a campanha “End Rabies Now” e outras ações específicas.

Todos os esforços em grande escala são válidos e necessários, mas é fundamental ter consciência de que a luta contra essa doença mortal de alcance global começa em cada indivíduo. Embora seja verdade que 99% dos casos de raiva em humanos se devam a mordidas de cães, também é verdade que 100% desses casos são preveníveis através da vacinação. Por isso, reconhecer que temos ferramentas altamente eficazes para combater a raiva é fundamental para um cuidado responsável, proteger a saúde de todos e, ter em mente que: vacinar nossos cães e gatos salva vidas!


*Carol Galli
Médica-veterinária graduada na Unipinhal, tendo cursado a Universidade Mars em Aceleração de Liderança no Center for Creative Leadership no Colorado-USA, Harvard Extension School em negócios e MBA em Marketing. Possui mais de 25 anos de experiência na indústria de saúde e nutrição animal, contribuindo em posições estratégicas nacionais, regionais e globais e foi expatriada para a França e Porto Rico. É Corporate Mkt & Tec Pet Director na Biogénesis Bagó.

 

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