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Opinião Sábado, 21 de Dezembro de 2024, 13:26 - A | A

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Tecnologia a serviço da agricultura: maior produtividade e menor impacto ambiental

Por Danieli Nunes*

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O setor de agronomia tem experimentado uma evolução significativa nos últimos anos, com o avanço de novas tecnologias, práticas sustentáveis e desafios globais que exigem respostas rápidas e eficazes. À medida que 2025 se aproxima, várias tendências começam a se consolidar, prometendo transformar a maneira como a agricultura é praticada e como os profissionais da área se relacionam com o campo.

A digitalização na agricultura já não é uma tendência, mas uma realidade crescente. O uso de tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Big Data, inteligência artificial (IA) e sistemas de monitoramento remoto são algumas das inovações que já estão remodelando o setor. Em 2025, espera-se que a integração de sensores em campo, drones para monitoramento aéreo e sistemas de previsão baseados em IA se tornem comuns nas propriedades agrícolas, permitindo a coleta de dados em tempo real sobre o solo, o clima e o estado das culturas.

Essas tecnologias não só melhoram a produtividade, mas também oferecem uma maneira de otimizar o uso de insumos como água, fertilizantes e defensivos agrícolas, reduzindo custos e os impactos ambientais. As plataformas de análise de dados irão possibilitar a tomada de decisões mais assertivas, com base em informações detalhadas, o que tratará com mais precisão e eficiência para o campo.

A sustentabilidade continuará sendo uma das principais preocupações no setor agrícola. A pressão por práticas mais responsáveis e o aumento da demanda por produtos que respeitem o meio ambiente e o bem-estar social são fatores que impulsionarão as mudanças nos próximos anos. Em 2025, a expectativa é de que a agricultura sustentável se torne um critério cada vez mais importante para consumidores, investidores e regulamentações governamentais.

A prática da agricultura regenerativa, que visa restaurar a saúde do solo e aumentar a biodiversidade, será cada vez mais comum, principalmente em resposta à degradação ambiental e à necessidade de aumentar a resiliência dos ecossistemas agrícolas. Espera-se também uma maior adoção de técnicas como o plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta e o uso de culturas de cobertura para reduzir a erosão e melhorar a qualidade do solo.

Além disso, a rastreabilidade e a certificação de práticas agrícolas sustentáveis ganham força. O setor deve avançar na transparência dos processos de produção, oferecendo aos consumidores informações claras sobre como seus alimentos são cultivados, desde a origem até a mesa.

Outra tendência importante será a evolução das tecnologias de biotecnologia e engenharia genética. O uso de cultivos geneticamente modificados (OGMs) e a edição genética com ferramentas como CRISPR têm o potencial de aumentar a resistência das plantas a pragas, doenças e condições climáticas extremas. Com a crescente necessidade de enfrentar desafios como as mudanças climáticas e a escassez de recursos naturais, espera-se que em 2025 a biotecnologia se torne ainda mais central na busca por soluções inovadoras.

O desenvolvimento de sementes mais adaptáveis a diferentes condições climáticas, que consomem menos água e têm maior produtividade, será um fator crucial para garantir a segurança alimentar mundial, especialmente em regiões onde a agricultura enfrenta dificuldades de adaptação.

A agroecologia, que integra os princípios ecológicos ao cultivo agrícola, também deverá ganhar espaço em 2025. A diversificação das culturas e a inclusão de práticas que promovem a harmonia entre produção e meio ambiente serão essenciais para garantir sistemas agrícolas resilientes. A incorporação de técnicas agroecológicas, como o controle biológico de pragas e o uso de sistemas agroflorestais, promete aumentar a sustentabilidade e a biodiversidade nas propriedades rurais.

As expectativas para o setor incluem também o aumento da produção de alimentos funcionais e orgânicos, com foco na saúde e no bem-estar dos consumidores. Em resposta ao crescimento da conscientização sobre alimentação saudável e seus impactos no meio ambiente, produtores devem investir cada vez mais na produção de alimentos livres de agrotóxicos e com menor pegada de carbono.

A automação e a inteligência artificial, aplicadas à agricultura, são esperadas para dominar cada vez mais os processos agrícolas. Máquinas autônomas, como tratores e colheitadeiras, já estão se tornando comuns em algumas partes do mundo, e a tendência é que mais produtores adotem essas tecnologias para reduzir a dependência de mão-de-obra e aumentar a eficiência.

Essas máquinas, aliadas à inteligência artificial, podem realizar tarefas como o monitoramento das plantações, a identificação precoce de pragas e doenças e até mesmo a realização de atividades de plantio e colheita com precisão milimétrica. O uso de drones e sensores também ajudará a otimizar o uso de insumos, detectando com maior precisão as necessidades de irrigação, fertilização e controle de pragas.

O futuro da agronomia será, sem dúvida, mais tecnológico, mas também mais sustentável e inclusivo, refletindo as necessidades e desafios de um mundo em constante mudança.


*Danieli Nunes
Coordenadora do curso de Agronomia da Faculdade Anhanguera de Dourados

 

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