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Polícia Quarta-feira, 31 de Julho de 2024, 17:26 - A | A

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Na internet

Operação desmantela quadrilha especializada em fraudes de viagens em Campo Grande

Entre as vítimas, estão parlamentares, que acumulam grande pontuação em programas de milhagem

Renata Santos Portela
Capital News

A Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos prendeu nesta quarta-feira (31) o principal líder de uma associação cibercriminosa em Mato Grosso do Sul. O homem é o principal membro de um grupo especializado em invadir contas de agências de turismo e aplicativos de programas de milhagem.

A operação interestadual denominada “Destino Final” contou com o apoio da Polícia Civil do Estado, por intermédio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul (DRACCO). Ao todo, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, dois mandados de busca e apreensão de bens suntuosos, bloqueios de contas bancárias e sequestro de um carro de luxo em Campo Grande.

De acordo com a investigação, os hackers acessavam contas de empresas de turismo e de pessoas físicas com grande pontuação em programas de milhas. Depois disso, eles emitiam bilhetes chamados “passagens de desistência”, cuja viagem aconteceria em no máximo três dias, para evitar a detecção e o cancelamento pelas companhias aéreas.

Por meio das transações realizadas pelos criminosos, várias pessoas foram lesadas, inclusive fora do Estado, como no Distrito Federal. Após a invasão, os criminosos emitiam passagens para “trechos premium” e as vendiam no mercado negro da Deep Web. Entre as vítimas, estão parlamentares, que acumulam grande pontuação devido às viagens oficiais financiadas pelo exercício de suas funções institucionais.

As evidências virtuais coletadas nos equipamentos informáticos serão analisadas pelo Instituto de Criminalística para identificar o método de invasão utilizado, o uso de cartões de crédito falsificados adquiridos na Dark Web, a expedição de passagens para pessoas ligadas ao narcotráfico, conhecidas como “mulas”, e a lavagem de dinheiro que pode estar patrocinando um time de vôlei em Campo Grande.

Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, invasão de dispositivos informáticos, falsidade ideológica, furto qualificado por fraude cibernética, estelionato mediante fraude eletrônica e lavagem de capitais. As penas podem chegar a 39 anos de prisão.

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