Domingo, 17 de Fevereiro de 2008, 11h:06 -
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Explosão em curtume mata duas pessoas e fere 20 na Capital
Tv Morena
O gerente industrial da Indústria e Comércio de Couros Pantanal (Induspan), Edson Antonio de Freitas, disse ao Portal da TV Morena que a explosão no curtume ocorreu supostamente por defeitos em válvulas ou erro humano na operação de uma auto-clave, equipamento usado para tirar a gordura do couro in-natura.
Segundo ele, a empresa vai divulgar nota à imprensa na segunda-feira sobre a explosão. Ele fez questão de esclarecer que no momento a prioridade é atender as vítimas e a explosão não ocorreu em uma caldeira, como chegou a ser noticiado inicialmente.
Segundo o gerente industrial, em novembro foi feita uma manutenção geral no sistema. Quando há manutenção, é feita uma simulação em que todos os equipamentos são submetidos à alta pressão. Durante a vistoria de novembro não se verificou nenhuma falha. A empresa disse que tem o laudo dessa vistoria assinado pelo Responsável Técnico.
A auto-clave funciona como uma panela de pressão e possui três válvulas de segurança. No momento da explosão, operando o equipamento, estavam um operário e um mecânico. "É preciso ver se houve falha humana ou defeito nas válvulas, verificar por que elas não abriram", disse o gerente industrial. O mecânico estava justamente fazendo a manutenção de rotina.
A perícia trabalha com a hipótese de que uma válvula entupiu. Com o nível de pressão acima, teria ocorrido a explosão. O acidente aconteceu por volta das 8h20. Com a explosão, a tampa do equipamento foi atirada a uma distância de 1 km.
O acidente provocou pânico entre parentes dos operários. No momento da explosão aproximadamente 50 pessoas estavam na empresa ou próximas da empresa. A explosão matou dois operários e deixou outros 20 feridos, três deles em estado grave, com queimaduras em até 70% do corpo. Os feridos foram atendidos no posto de saúde do bairro Coophavila, Hospital Regional, Hospital Universitário e Santa Casa de Campo Grande.
O Serviço Móvel de Urgência (Samu) deslocou três equipes para o socorro às vítimas. O Corpo de Bombeiros acionou cinco equipes. Até o meio da tarde familiares de alguns feridos reclamavam da falta de atendimento no HU.
Pelos registros do posto de Saúde da Coophavila, 12 feridos, alguns em menor grau, receberam os primeiros socorros. Mas muitos feridos não preencheram ficha, alguns em estado de choque porque tinham parentes da empresa. Extra-oficialmente fala-se em 20 feridos, a grande maioria apenas com lesões leves e outros assustados. A falta de cadastramento acabou gerando confusão no centro de saúde.
Os mortos da explosão foram identificados como Valdenir Torres Nogueira, 38 anos, e Lourival Rosa Mendes, 28 anos, que trabalhavam próximos o recipiente no momento da explosão. Até o final da tarde deste sábado os corpos ainda não haviam sido liberados pelo Instituto Médico Legal - IML.
Outras duas vítimas sofreram queimaduras de terceiro grau e traumatismo crâniano e foram encaminhadas em estado grave para a Santa Casa de Campo Grande. Segundo o Samu, três vítimas de queimadura de segundo grau foram encaminhadas para o Hospital Universitário e Hospital Regional e mais tarde transferidas para a Santa Casa de Campo Grande.
É a seguir a relação parcial das vítimas da explosão:
Mortos - Valdenir Torres Nogueira, 38 anos, e Lourival Rosa Mendes, 28 anos.
Feridos - Antônio Carlos de Sousa Pereira, Edivaldo da Silva Souza, Washington Rodrigo Nogueira, Adriano Aparecido Soares, Davi Vinícius do Espírito Santo e José Miguel da Silva, ilson dos Santos, Ademir Sérgio Tomé, Nilton Ramos, Silvério Borges Cristaldo, Pedro Araújo Lopes, Fauzi Sampaio.
Silvério Borges, uma das vítimas da explosão esperou cinco horas nos corredores do HU até ser levado para a Santa Casa, com fratura em um dos ombros.