Deurico Ramos
A Polícia Federal em MS realizou coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (6) para dar mais detalhes sobre a operação
Quatro pessoas foram presas em flagrante pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (6), por armazenarem conteúdos pornográficos envolvendo crianças e adolescentes, sendo três em Campo Grande e uma em Naviraí. Além delas, outro suspeito foi detido no decorrer da operação Inocência Violada, em Jardim (MS).
Nenhum dos autores presos em flagrante possuía antecedentes criminais. Eles foram identificados pela polícia da seguinte maneira: um militar aposentado da marinha, de 65 anos; um assistente de serviços gerais, de 29 anos; um comerciante de 40 anos; E um servidor público estadual, de 49 anos.
Deurico Ramos
O delegado da PF, Fernando Rocha, foi o responsável por conduzir as investigações, que já duram 6 meses
Mais de 300 arquivos contendo pedofilia foram apreendidos de cada alvo. Os materiais agora passarão por análise da perícia para identificação de onde foram produzidos e se foram acessados e compartilhados por mais pessoas. Segundo o delegado da PF, Fernando Rocha, responsável pelas investigações, não há evidências até o momento de que os presos possuam vínculo entre si.
“Eles estão presos por armazenamento, o compartilhamento ainda não foi demonstrado. Mas a partir desse inquérito, podemos encontrar grupos no celular, no WhatsApp, que podem desencadear novas operações nesse sentido”, afirmou.
As investigações tiveram início em abril do ano passado e foram feitas com base em monitoramento na rede mundial de computadores, através de um software. O superintendente da PF, Cleo Mazzotti, explica que o programa, desenvolvido aqui mas já utilizado em todo o país, garante a integridade dos arquivos, facilitando, assim, a produção das provas.
Deurico Ramos
O superintendente da PF, Cleo Mazzotti, explica que o material foi encontrado a partir de um software que permite o monitoramento em computadores sem deixar rastros
“Esse sistema permite que se acesse o computador, sem causar nenhum tipo de modificação do sistema, garantindo a integridade da prova e nos possibilitando gerar um flagrante pelo acesso das imagens. Ao contrário, teríamos que apreender os computadores, trazer para a superintendência, não realizar a prisão em flagrante, e, posteriormente, a polícia iria realizar uma perícia e indiciar ou pedir a prisão preventiva”, explica.
Mazzoti ressaltou ainda que operações que tem como base o combate à pornografia infantil são umas das prioridades da delegacia de defesa institucional. O superintendente explicou que a mera posse de materiais de pornografia infantil já se configura crime grave, podendo levar de 1 a 4 anos de prisão. O compartilhamento desses materiais, por sua vez, tem pena de 3 a 6 anos de detenção.