Um adolescente de 14 anos, morador do Jardim Carioca, em Campo Grande, é apontado como um dos chefes de uma rede de crimes de ódio contra menores, segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro que deflagrou na terça (15) a Operação Adolescência Segura, pela qual agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav-RJ), com o apoio do CyberLab da Secretaria Nacional de Segurança, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), cumpriram 2 mandados de prisão temporária, 20 de busca e apreensão e sete de internação provisória de adolescentes infratores em Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Até o fim da manhã, dois anos haviam sido presos e seis menores apreendidos. Na casa do menor campo-grandense foram apreendidos computadores, celulares e documentos.
Segundo o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), o adolescente de 14 anos chefiava a rede de crimes de ódio a partir da casa dele. Os outros quatro endereços eram ligados a pessoas que respondiam hierarquicamente ao adolescente na organização criminosa. O garoto confirmou a posição que exercia na organização, mas como não houve flagrante, ele não foi apreendido. "O adolescente tinha um alto cargo no grupo de crimes de ódio. Ele atuava como se fosse o chefe. Como não tivemos o flagrante, não foi possível apreender o suspeito. Ele era o alvo principal, os outros quatro alvos eram ligados ao adolescente. Conseguimos entender que ele era o principal articulador dos atos infracionais destes grupos", declarou a delegada responsável pelo Dracco, Ana Cláudia Medina, segundo o site G1.
A polícia carioca começou as investigações após um morador de rua ter 70% do corpo queimado por um adolescente que atirou dois coquetéis molotov contra ele em fevereiro deste ano, para receber R$ 2 mil de uma pessoa não identificada, enquanto Miguel Felipe, maior de idade, filmava e transmitia o evento em tempo real para cerca de 220 integrantes na plataforma Discord. Miguel Felipe foi preso, e o adolescente foi apreendido pela Dcav. A rede criminosa é responsável por diversos crimes graves no ambiente virtual, como tentativa de homicídio, indução e instigação ao suicídio, incentivo à automutilação, armazenamento e divulgação de pornografia infantil, maus-tratos a animais e apologia ao nazismo. A polícia constatou que o grupo se organizava por meio de plataformas criptografadas como Discord e Telegram, onde promoviam desafios e competições, sempre de crimes de ódio. (Com G1)
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