Campo Grande 00:00:00 Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025


Executivo Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025, 10:55 - A | A

Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025, 10h:55 - A | A

Segurança e Saúde

Mato Grosso do Sul amplia combate à tuberculose em presídios com projeto inovador

Mais de 13 mil atendimentos realizados e 473 casos tratados em dois anos

Vivianne Nunes
Capital News

Mato Grosso do Sul alcançou um marco importante no combate à tuberculose em unidades prisionais. O projeto “Estratégias de Controle da Tuberculose nas Prisões”, parceria entre a Agepen/MS (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), SES (Secretaria Estadual de Saúde), Fiocruz, UFMS e a Universidade de Stanford, já realizou mais de 13 mil atendimentos e tratou 473 casos da doença em presídios da capital nos últimos dois anos.

A iniciativa quer a identificação de estratégias de busca ativa e rastreamento de contatos para controle da tuberculose no sistema prisional, um ambiente de alto risco para a disseminação da doença. Segundo a infectologista Mariana Croda, uma das coordenadoras do projeto, a ação tem sido fundamental para o reconhecimento de Mato Grosso do Sul pelo Ministério da Saúde no controle e tratamento da doença.

Triagem e detecção precoce
A triagem ocorre logo na entrada de novos internos, com exames de raio-X e coleta de escarro, e se repete a cada quatro meses, mesmo em casos assintomáticos. Essa abordagem proativa reduz o risco de transmissão e garante diagnóstico precoce.

Um estudo recente da Fiocruz, em parceria com instituições de cinco países, apontou que o encarceramento é o principal fator de risco para a tuberculose na América Latina, reforçando a importância da triagem contínua em presídios.

O projeto conta com a parceria do Lacen/MS, que fornece estrutura laboratorial, e o laboratório da UFMS. Aproximadamente 40 profissionais de saúde integram a equipe multiprofissional, o que inclui médicos, enfermeiros e técnicos.

Um dos diferenciais é o uso de equipamentos móveis para a realização de exames dentro das unidades prisionais, eliminando a necessidade de escoltas e transporte externo, o que torna o processo mais ágil e seguro.

Além do diagnóstico e tratamento, o projeto avança agora para a educação em saúde. Um comitê comunitário foi formado com a participação de reeducandos, promovendo a conscientização sobre prevenção e sintomas da doença.

“Estamos implantando uma abordagem inovadora de educação em saúde para os próprios internos, promovendo o protagonismo deles no combate à tuberculose”, explicou a Dra. Mariana Croda.

O projeto já é realidade em todas as unidades do Complexo do Jardim Noroeste e, desde agosto de 2024, expandiu-se para o Complexo das Gameleiras e outras unidades da capital. A experiência também foi aplicada na Penitenciária Estadual de Dourados.

Para a chefe da Divisão de Assistência à Saúde Prisional da Agepen, Rita Luciana Domingues, o tratamento adequado não só protege a população carcerária, mas toda a comunidade. “Garantir assistência médica é uma questão de saúde pública e direitos humanos”, afirmou.

O sucesso do programa se deve à integração entre diversas instituições e reforça o compromisso de Mato Grosso do Sul com a saúde pública e o bem-estar da população prisional.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS