O ex-governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja(PSDB), destacou nesta segunda-feira (31) a importância das reformas administrativas e fiscais implementadas durante sua gestão, em 2015, para equilibrar as contas do estado. Em entrevista ao programa Tribuna Livre, da rádio Capital 95, ele afirmou que o enxugamento da máquina pública permitiu mais investimentos em áreas essenciais. "Quando você gasta mais para dentro, não sobra para gastar com as pessoas. O nosso objetivo era exatamente o contrário: reduzir custos no governo para investir na população", declarou.
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Azambuja também demonstrou preocupação com os impactos da reforma tributária para Mato Grosso do Sul, alertando que estados produtores podem sofrer perdas de arrecadação. "Se nós não tivermos garantias de compensação na Constituição e nas leis complementares, vamos perder muito. E aí, coitado de quem for governar a partir de 2030", disse. Ele também questionou o aumento da alíquota do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que pode prejudicar setores como o de prestação de serviços. "Hoje, um prestador de serviço paga 5%. Como ele vai suportar uma alíquota de 26%? Isso pode gerar um desequilíbrio enorme", alertou.
Outro tema abordado foi o impasse ambiental que dificulta a dragagem do Rio Paraguai, essencial para a navegação e o escoamento da produção. O ex-governador criticou a demora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em liberar as licenças necessárias. "Estamos falando de retirar areia acumulada pelo assoreamento e colocá-la de volta no barranco para que as embarcações possam passar. Mas isso virou uma briga ideológica que só prejudica o desenvolvimento e a geração de empregos", afirmou.
Arquivo Governo do MS
Hidrovia do Rio Paraguai, O ex-governador criticou a demora do IBAMA em liberar as licenças
Azambuja também comentou a relação entre os poderes e acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de interferir em decisões do Congresso Nacional. Ele citou o caso do Marco Temporal, aprovado pelo Legislativo e sancionado após derrubada do veto presidencial, mas que enfrenta impasses no STF. "O Legislativo legisla, o Executivo executa e o Judiciário julga. Quando há interferência excessiva, isso prejudica o desenvolvimento do Brasil", criticou. Além disso, ele avaliou o cenário partidário do país e afirmou que "haverá uma diminuição no número de legendas, com fusões e uniões entre partidos, como o PSDB, Republicanos e PSD."
Por fim, Azambuja não descartou a possibilidade de disputar um cargo eletivo em 2026. Questionado sobre uma candidatura ao Senado, ele afirmou que "essa é uma possibilidade em aberto e que a decisão será tomada no momento certo."
Tribuna Livre - 31/03/2025
